Até Agosto as instituições financeiras nacionais pagaram ao Tesouro português 228 milhões de euros em juros. Até ao final do ano é esperada a entrada de 442 milhões de euros, escreve a UTAO na nota mensal de análise à execução orçamental.

“A subscrição de CoCos por parte do Estado [o instrumento financeiro usado para aumentar o capital dos bancos] confere o direito a uma remuneração sobre o valor nominal do capital subscrito (juro/cupão), cuja receita tem vindo a ter um impacto positivo nas finanças públicas” explica a UTAO que, diz que “relativamente a 2013, encontra-se prevista uma receita de 442 milhões de euros, dos quais 228 milhões de euros já foram recebidos pelo Estado até ao final de Agosto”, lê-se na nota a que o Negócios teve acesso. No ano passado a receita total foi de 219 milhões de euros.

“O Estado português subscreveu CoCos de algumas instituições de crédito, elegíveis para fundos próprios core Tier 1, que ascenderam a 5800 milhões de euros [900 milhões da CGD, três mil milhões do BCP, 1500 milhões do BPI e 400 milhões do Banif]. A maioria destas operações foi efectuada em 2012 (5400 milhões de euros), tendo em 2013 sido realizada uma operação relativa ao BANIF, que ascendeu a 400 milhões de euros” explica a UTAO, que sublinha que parte deste capital já foi devolvido este ano: “Note-se que parte destes títulos têm vindo a ser reembolsados. O BPI procedeu à recompra/amortização, num total de 580 milhões de euros, dos quais 300 milhões de euros em 2012 e 280 em 2013. Por seu lado, em Agosto de 2013, o BANIF amortizou CoCos no montante de 150 milhões de euros”.

O Estado entrou ainda com 750 milhões de euros num aumento directo de capital da CGD em 2012 e com outros 700 milhões no capital do Banif.