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Risco de recessão na Alemanha afunda confiança para mínimos de quase 10 anos
O índice que mede as expectativas dos investidores desceu para o nível mais baixo desde 2010, sinalizando que uma recessão "está ao virar da esquina", segundo o Sentix.
A Alemanha está em risco de recessão devido à escalada do protecionismo que está a pesar na evolução da economia e a afetar a confiança dos investidores, de acordo com o grupo de research Sentix.
Prova disso é o seu índice que mede as expectativas dos investidores para os próximos seis meses – com base na visão de mais de 5.000 investidores privados e institucionais - que caiu este mês para o nível mais baixo desde 2010, sinalizando que a recessão "está ao virar da esquina", segundo refere o Sentix.
O índice recuou de 5,3 em maio para -3,3 em junho, quando as estimativas apontavam para uma leitura de 2,9. Tendo em conta que leituras cima de zero sinalizam confiança e abaixo desse patamar pessimismo, o sentimento dos investidores deteriorou-se significativamente neste último mês, num contexto de escalada das tensões comerciais.
"A mais recente escalada na disputa comercial entre os Estados Unidos e a China está a ter um impacto considerável na economia da Zona Euro", aponta o diretor do Sentix Manfred Huebner.
O grupo de research acrescenta que a esperança de que a fase de debilidade económica da viragem do ano terminasse rapidamente "parece ter-se desvanecido" e que "apesar de a causa do problema ser fácil de identificar, não é necessariamente fácil de resolver".
Ainda que o índice do Sentix seja a representação do sentimento dos investidores e não propriamente um indicador económico, a leitura conhecida hoje é mais um sinal de alerta que se junta a muitos outros emitidos recentemente.
Na semana passada, o banco central da Alemanha, o Bundesbank, cortou as suas estimativas de crescimento para a economia para apenas 0,6% este ano, ao mesmo tempo que os dados para a indústria apontam para a maior queda da produção em quase quatro anos.
As preocupações com a evolução da economia também já são visíveis nos mercados, com os juros da dívida a dez anos em mínimos históricos.