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Ministros entram no Eurogrupo à espera de garantias gregas

A Grécia deu um passo importante com a última proposta que apresentou aos credores. Esta é a visão geral entre os ministros das Finanças da Zona Euro. Mas faltam garantias de que as medidas vão ser implementadas. Há algum cepticismo entre os ministros.

Reuters
11 de Julho de 2015 às 14:12
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O tom dos responsáveis pelas Finanças do euro à entrada do Eurogrupo foi mais positivo do que nas últimas reuniões, considerando que a Grécia fez progressos importantes e que vão ao encontro do que os credores consideram necessário para que seja concedido um novo empréstimo.

 

Mas "há algumas questões" que precisam de resposta e há "dúvidas" entre os parceiros sobre a capacidade de a Grécia implementar as medidas que propõe efectivamente.    

 

"Temos de fazer muito mais progressos." Foram estas as únicas palavras de Christine Lagarde à entrada para o Eurogrupo deste sábado 11 de Julho.

 

"Ainda não estamos lá", afirmou o presidente do Eurogrupo. "Há ainda muitas críticas na proposta" da Grécia. Mas acima de tudo, "há uma grande questão de confiança. Pode o Governo grego ser de confiança em relação ao que está a prometer?" Jeroen Dijsselbloem acrescentou que o Executivo helénico mostrou "determinação em recuperar a confiança" dos seus parceiros. Ainda assim "vai ser uma reunião muito difícil."

 

Michel Sapin, ministro francês, considera que a proposta da Grécia é "uma boa base para iniciar as negociações", admitindo que estas serão "exigentes". O responsável pelas Finanças de França considera que a "confiança será determinante para um acordo" e que é preciso, caso se alcance essa confiança, que o Eurogrupo mostre "determinação política" de apoio a Atenas. Sapin adiantou ainda que a questão da dívida "não é um tabu", mas reconhece que uma "diminuição nominal da dívida é uma linha vermelha para muitos Estados-membro". 

 

"Estamos a discutir uma proposta do Governo grego" com medidas "que foram rejeitadas na semana passada" pelo povo grego, afirmou à entrada o ministro das Finanças dos Países Baixos, Eric Wiebes , realçando assim alguma desconfiança que impera entre alguns membros.


Já o ministro das Finanças da Irlanda, Michael Noonan, considera que ainda "há uma série de questões que precisam" de respostas, nomeadamente sobre o sistema financeiro, já que o "Governo grego é silencioso" em relação a este assunto. Além disso, salienta, é preciso ter a certeza de que o programa grego "é sustentável", sublinhando que é necessário pôr a economia helénica a crescer.

 

O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, salientou também os "progressos" realizados, com a proposta grega em "em linha com a das instituições antes do referendo." Contudo, salienta, "ainda há muitas questões e muitas preocupações" por parte dos membros da Zona Euro para serem respondidas. 

 

O ministro das Finanças da Áustria também destacou os desenvolvimentos dos ultimos dias, mas disse haver falta de garantias de implementação das medidas que constam na proposta grega.

 

O ministro de Malta, Edward Scicluna , falou em "cepticismo" entre alguns responsáveis europeus. E salientou que será preciso resolver o contrasenso entre um Governo que apresenta uma proposta que "vai até mais longe do que o que estava a ser discutido ante do referendo", tendo convocado o referendo e apelado ao "não" do povo grego às medidas que estavam a ser discutidas. "Temos de ter a certeza que o programa será implementado. E que alcançaremos os objectivos" propostos. "Isto tem de ser resolvido hoje", realçou.

 

Pierre Moscovici, comissário  do euro, diz que as instituições acreditam na nova proposta da Grécia, considerando que esta pode ser a base para as negociações. Contudo, a implementação das medidas é a chave para o seu sucesso, afirmou à entrada para o Eurogrupo.

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