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Ministro cipriota nega demissão e parlamento prepara-se para chumbar taxa nos depósitos

Parlamento prepara-se para chumbar a proposta do Presidente para tributar os depósitos. Deverá mandatar Nicos Anastasiades para que renegocei os termos de um eventual empréstimo da Zona Euro e FMI.

Reuters
19 de Março de 2013 às 18:16
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O ministro cipriota das Finanças, Michalis Sarris, negou nesta terça-feira, 19 de Março, que tenha apresentado o seu pedido de demissão ao Presidente do país. Em declarações à Reuters, através de uma curta mensagem escrita, o responsável refere que “não há nenhuma verdade” nos relatos de algumas agências noticiosas segundo as quais Sarris, que está a caminho de Moscovo, apresentara, antes de partir, o seu pedido de demissão ao Presidente, que não a teria aceite.

 

O ministro está a caminho de Moscovo, onde deverá tentar renegociar as condições do empréstimo de 2,5 mil milhões de euros concedidos pela Rússia no Verão. Moscovo já avisou que a sua disponibilidade para aceitar uma extensão dos prazos de reembolsofoi afectada pela intenção de Nicosia de impor um taxa especial sobre os depositantes, pedida pela Europa em contrapartida de um empréstimo de 10 mil milhões de euros.

 

Entretanto, prossegue em Nicosia o debate parlamentar sobre a controversa taxa sobre os depósitos. O novo texto prevê uma isenção da taxa especial para os depósitos até aos 20 mil euros e mantém a taxa de 6,75% para os depósitos entre os 20 mil e os 100 mil euros, assim como a de 9,9% para os montantes superiores, mas o governador do Banco Central do Chipre, Panicos Demetriades, advertiu que esta última proposta não garante os 5,8 mil milhões de euros exigidos pela Zona Euro.

 

A indicação mais recente é a de que haverá lugar a voto no final da sessão, tendo a quase totalidade dos partidos com assento parlamentar sinalizado durante o debate desta tarde que votará contra a medida. Neste cenário, o parlamento cipriota deverá mandatar o Presidente a renegociar com a Zona Euro e o FMI os termos de um eventual empréstimo internacional.

 

Nicosia formalizou o pedido de assistência aos parceiros do euro ainda no Verão de 2012, mas o FMI e os europeus têm fortes suspeitas de a sua banca se ter convertido numa plataforma de lavagem de dinheiro sujo, oriundo das máfias russas. Querem garantias de que a legislação internacional sobre branqueamento de capitais está a ser efectivamente aplicada para evitar que empréstimos garantidos pelos contribuintes europeus salvaguardem sobretudo depositantes russos e dinheiro gerado em actividades ilegais, e pediram uma auditoria externa para o certificar.

 

Internamente o pedido de ajuda também gerou clivagens, pelo que se esperou pelo resultados das eleições (Chipre tem um sistema de governo presidencialista) que, na segunda volta, em 25 de Fevereiro, deram a vitória ao candidato pró-troika Nicos Anastasiades que defende uma maior aproximação à Europa, e um afastamento da Rússia, a quem o anterior Governo pediu um empréstimo de emergência de 2,5 mil milhões de euros.

 

 

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