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Chipre quer isentar depósitos abaixo de 20 mil euros (act)

Para os valores acima de 20 mil euros, as taxas mantêm-se como na proposta inicial, pelo que os depósitos acima de 100 mil euros vão pagar uma taxa de 9,9%.

19 de Março de 2013 às 10:08
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O Governo cipriota avançou com uma nova proposta para taxar os depósitos no País, que isenta os depósitos abaixo de 20 mil euros da nova taxa, mantendo as taxas aplicadas para os montantes superiores.

 

De acordo com a nova proposta, citada pelas agências internacionais, os depósitos entre 20 mil e 100 mil euros vão pagar uma taxa de imposto de 6,75% e os superiores a 100 mil euros pagam 9,9%.

 

A única alteração está assim na isenção dos depósitos mais reduzidos (inferiores a 20 mil euros), tendo sido esta a opção do governo cipriota perante os protestos dos cipriotas e as recomendações do Eurogrupo.

 

Ontem os ministros das Finanças da Zona Euro reuniram por teleconferência, tendo o seu presidente afirmado que o Chipre iria aliviar os impostos sobre depósitos mais baixos, sem determinar quais as taxas e os montantes. Jeroen Dijsselbloem lembrou que os depósitos até 100 mil euros, na Zona Euro, beneficiam de uma garantia, mas nunca referiu que os depósitos até este valor no Chipre ficariam isentos. As garantias de depósitos só são activadas em caso de falência das instituições financeiras, o que nesta caso do Chipre não se aplica.

 

Caiu assim por terra uma outra proposta que chegou a ser avançada ontem, que passava por aplicar uma taxa de 3% nos depósitos até 100 mil euros, de 10% entre 100 mil e 500 mil euros e acima deste valor uma taxa de 15%.  

 

A nova proposta, que passa apenas por isentar os depósitos até 20 mil euros, vai ser votada esta tarde no Parlamento cipriota, às 16h00 (hora de Lisboa). A votação do parlamento cipriota sobre as condições do resgate do país foi adiada por várias vezes e esta alteração hoje proposta pode abrir caminho para que seja aprovada.

 

No comunicado o Eurogrupo apela a uma “decisão urgente” das autoridades cipriotas e lembra que o montante que terá que ser obtido com esta taxa nos impostos se mantém, em 5,8 mil milhões de euros.  Esta é uma das condições para o país receber o resgate de 10 mil milhões de euros na União Europeia.

 

As agências internacionais avançaram ontem que a troika era favorável à isenção de todos os depósitos até 100 mil euros, sendo que Presidente do Chipre, Nicos Anastasiades, terá mostrado oposição a esta proposta, pois implicaria subir muito o imposto a aplicar aos depósitos elevados.

 

Para Olli Rehn, comissário europeu para os Assuntos Económicos, “se as negociações terminassem com os depositantes de menor escala a pagar zero, melhor ainda”, a comentar a possibilidade de se protegerem os aforradores com depósitos mais baixos.

 

Já o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, afirmou hoje que "quem investir o seu dinheiro em países onde paga menos impostos" deve assumir a responsabilidade, numa mensagem dirigida aos russos que terão de contribuir para o resgate de Chipre.

 

"Quem investir o seu dinheiro em países onde paga menos impostos, ou talvez onde seja também menos controlado, assume o risco quando os bancos desse país deixam de ser solventes, é uma evidência", declarou Schauble numa entrevista à rádio Deutschlandfunk.

 

O plano de resgate do país tem atraído uma forte onde de indignação, nomeadamente de países com a Rússia, uma vez que grande parte dos depósitos superiores a 100 mil euros têm origem russa.

 

(notícia actualizada às 10h25 com mais informação)

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