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Grécia quer saída do resgate mais cedo

O primeiro-ministro grego quer que o país deixe de estar sob a ajuda dos parceiros internacionais, renunciando às verbas do empréstimo concedido pela Zona Euro e pelo FMI.

Bloomberg
09 de Outubro de 2014 às 11:01
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Fim ao resgate. O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras (na foto), revelou que tem o objectivo de colocar um ponto final no "suporte de vida" que tem vindo a receber dos parceiros internacionais. Numa entrevista realizada na cidade italiana de Milão, após um encontro da Comissão Europeia, e citada pela Bloomberg, o chefe de Governo helénico revelou que pretende renunciar aos montantes dos empréstimos internacionais concedidos pela Zona Euro e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).  

 

"Estamos totalmente confiantes" que a Grécia pode cobrir as suas necessidades de financiamento no mercado de dívida nos próximos anos, revelou o responsável.

 

As finanças públicas na Grécia têm registado alguns sinais de melhorias e as taxas de juro da dívida grega têm também baixado. Neste momento, no mercado secundário, as "yields" da dívida helénica a dez anos estão nos 6,578%.

 

Estes factores têm dado confiança a Atenas. Samaras sinalizou ainda que o Parlamento grego vai debater o fim da ajuda ao país na votação de uma moção de confiança agendada para amanhã, 10 de Outubro.

 

No entanto, esta possibilidade da Grécia pedir uma saída antecipada surgiu já anteriormente. A 18 de Setembro, Atenas apontava já, estar a ponderar pedir ao FMI para deixar o país mais cedo do que o previsto. A instituição de Christine Lagarde tem a partida agendada para o primeiro trimestre de 2016, mas Atenas pode vir a apressar a saída, conforme sugeriu o ministro das Finanças helénico em entrevista ao jornal alemão Handelsblatt.

 

Gikas Hardouvelis, na altura, rejeitou a necessidade de um terceiro resgate para a Grécia e afirmou que "entretanto podemos refinanciar-nos nos mercados a níveis aceitáveis, a taxas de juro mais baixas do que o FMI está a cobrar", disse, de acordo com o diário grego Kathimerini.

 

A primeiro intervenção externa na Grécia ocorreu em 2010. Cerca de dois anos depois, o país voltou a ser resgatado pelos parceiros internacionais. Os dois pacotes de assistência financeira totalizam 240 mil milhões de euros. As avaliações regulares ao programa de ajustamento - a que os países intervencionados estão sujeitos – na Grécia decorreram por vezes com alguns sobressaltos. Mais do que uma vez, as avaliações foram interrompidas durante alguns dias por se encontrarem num impasse.

 

A hipótese de um terceiro pacote de assistência a Atenas surgiu mesmo várias vezes nos jornais. No entanto, até ao momento essas notícias nunca foram oficializadas. E dada a confiança do Executivo helénico não deverá acontecer, pelo menos, para já.

 

A Bloomberg dá conta que esta confiança das autoridades de Atenas contrasta com a visão da Zona Euro e do FMI. As instâncias internacionais defendem que a Grécia deve manter o acesso ao dinheiro proveniente do resgate. De acordo com duas pessoas envolvidas nas negociações, citadas por esta agência de informação, a visão geral é que o acesso ao mercado por parte da Grécia continua frágil.

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