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Grécia cumpre hoje nova greve geral do ano

Protestos dos trabalhadores surgem numa altura em que foram retomadas as negociações entre o Governo e a troika com vista a nova avaliação do programa de ajustamento do país.

Reuters
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A Grécia cumpre hoje, 6 de Novembro, a sua quarta greve geral de 2013, que deverá encerrar os principais serviços públicos e os transportes do país.

 

A paralisação, convocada pelos sindicatos ADEDY (função pública) e GSSE (sector privado), pretende combater as medidas de austeridade que o país vem implementado desde o primeiro resgate, em Maio de 2010.

 

Como de costume, está agendada para as 11h00 locais uma “grande manifestação” para a praça Sintagma, em frente ao Parlamento helénico, seguindo-se depois uma marcha de protesto contra “o beco sem saída das políticas do memorando de entendimento”.

 

Os responsáveis da troika aterraram ontem em Atenas e no próprio dia Antonis Samaras quis deixar um recado: não há mais cortes para todos nos salários e nas pensões. O primeiro-ministro grego rejeitou a ideia que corre de que o Executivo helénico está “numa espécie de guerra” com a troika. “É uma negociação”.

 

Antonis Samaras avisou já que não está disponível para novos “cortes horizontais”. “Se alguma coisa mais for necessária, vamos olhar para as reformas estruturais que não afectem directamente as pensões e os salários”.

 

Certo é que terá de haver um compromisso entre o Governo e a troika. Há um buraco orçamental no orçamento do próximo ano que precisa de ser “tapado”. O Governo de Atenas acredita num desvio de 500 milhões de euros. No pior dos casos. Já a troika verá, aqui, uma maior derrapagem. A Bloomberg refere uma notícia de um jornal grego que dá conta de um buraco de 1,2 mil milhões de euros, na perspectiva da troika. Não há certezas e esta será uma questão a ser debatida com a troika.

 

O ministro das Finanças, Yannis Stournaras, já se reuniu com os representantes do FMI, BCE e Comissão. A procura de um entendimento entre as partes tem como objectivo garantir a libertação da próxima tranche do empréstimo a receber pela Grécia que, neste caso, será de mil milhões de euros. De acordo com informações transmitidas por fonte oficial, não identificada, à Bloomberg, houve uma “boa” discussão entre o ministro grego das Finanças e a troika.

 

Crescimento regressa em 2014 após seis anos de recessão  

 

Este é o sexto ano consecutivo de destruição da riqueza na economia grega. Em 2013, o produto interno bruto helénico deverá contrair 4%, ligeiramente menos do que a previsão de 4,2% de Maio. Segundo as novas previsões de Outono da Comissão Europeia, mantém-se a expectativa de um crescimento no próximo ano. A economia grega deverá crescer 0,6% em 2014, tal como já se estimava. Em 2015, a previsão é mais optimista: 2,9%.

 

A dívida pública continua a ser uma preocupação para os gregos. Segundo o organismo liderado por Durão Barroso, a dívida pública helénica vai atingir o pico em 2013, ao corresponder a 176,2% do PIB (a previsão de Maio era de 175,2%). No próximo ano, deverá cair para um rácio de 175,9%, caindo para 170,9% no ano seguinte.

 

 

Poul Thomsen chega a Atenas e é recebido com moedas

 

Num país em que o conflito social se intensifica – a par da tensão partidária –, com o desemprego a atingir os 27% para este ano e 26% para o próximo ano, a chegada da troika já ficou marcada por um momento de conflito.

 

Um homem terá atirado moedas ao representante do FMI para a Grécia, Poul Thomsen (que também esteve em Lisboa), quando este chegava ao Ministério das Finanças, de acordo com o jornal grego “Kathimerini”. Nenhuma das moedas terá acertado em Thomsen.

 

 

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