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Europa a duas velocidades indica retoma apenas na Alemanha

A Alemanha foi o único país da Zona Euro a registar um crescimento económico sólido em setembro. Grande parte do resto da região sentiu o impacto do abrandamento do setor dos serviços.

06 de Outubro de 2020 às 10:39
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Embora a retoma do comércio global esteja a ajudar a indústria a recuperar da pandemia do coronavírus, beneficiando a Alemanha, voltada para as exportações, muitos países do sul da região dependem mais do turismo e da hospitalidade. Esses setores permanecem gravemente afetados pela crise, especialmente com o aumento dos casos de coronavírus.



Os governos estão a alertar contra viagens desnecessárias e a impor novas restrições a restaurantes e bares. Para Espanha e França, isso significa uma nova quebra para o setor privado em setembro, enquanto a atividade em Itália praticamente estagnou.

O PMI compósito da IHS Markit para a Zona Euro desacelerou para 50,4 pontos, em setembro, face aos 51,9 em agosto.
Embora o número seja um pouco melhor do que a estimativa inicial, indica apenas uma expansão marginal.

"As hipóteses de uma nova desaceleração no quarto trimestre aumentaram claramente", disse Chris Williamson, economista da IHS Markit. "Muito vai depender se as segundas vagas de casos de coronavírus conseguem ser controladas e se as restrições de distanciamento social podem, assim, ser afrouxadas para permitir que a atividade do setor dos serviços acelere novamente."

A queda do indicador do setor dos serviços em Espanha, para 42,4, foi a mais forte da região. A baixa foi generalizada, e só a Alemanha registou crescimento.

As autoridades do Banco Central Europeu têm expressado preocupação com a desaceleração da recuperação económica, e alguns sugeriram que podem ser necessários mais estímulos monetários.

A inflação é outra preocupação, já que os preços no consumidor estão novamente em queda. De acordo com a IHS Markit, as empresas cortaram encargos de produção pelo sétimo mês consecutivo.

O Conselho do BCE realizará a sua próxima reunião de política monetária a 29 de outubro, embora os economistas acreditem que a instituição vai esperar até dezembro antes de aumentar novamente o programa de compra de títulos.

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