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Von der Leyen celebra assinatura de acordo comercial UE-Mercosul

A presidente da Comissão Europeia finalizou esta sexta-feira, no Uruguai, as negociações para o acordo comercial entre os 27 e o Mercosul, culminando 25 anos de avanços e recuos nesta matéria.

Martin Varela Umpierrez / Reuters
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Após mais de duas décadas e meia, a União Europeia (UE) e o Mercosul - que reúne Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - alcançaram esta sexta-feira um acordo comercial entre os dois blocos.

O anúncio foi feito através da conta oficial da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na rede social X (ex-Twitter).

A líder dos 27 encontra-se neste momento a dar uma conferência de imprensa sobre a conclusão do acordo.

O acordo, que cria a maior zona de comércio livre do mundo, permitirá à Europa aceder a um mercado de 268 milhões de consumidores na América do Sul, com o Mercosul a poder transacionar bens e serviços, sobretudo agro-pecuários, numa geografia que abrange 450 milhões de pessoas.

O fecho deste dossier surge numa altura em que o comércio internacional está a atravessar uma série de medidas protecionistas, com a imposição de tarifas, por parte dos EUA, China e mesmo a UE.

O acordo terá ainda de ser ratificado pelos Estados-membros, podendo esse processo ser mais longo devido às resistências de vários países europeus, nomeadamente a França.


O acordo alcançado remove as elevadas tarifas sobre os bens exportados da UE para os quatro membros fundadores do Mercosul, nomeadamente automóveis, que pagam atualmente uma taxa de 35%, vestuário (35%), calçado de cabedal (35%), maquinaria (14 a 20%), peças automóveis (14 a 18%), produtos químicos (até 18%) e farmacêuticos (até 14%). 

No setor agro-alimentar, as empresas europeias deixarão de estar sujeitas a tarifas em bens como vinho (27%), espumantes (20 a 35%), bebidas espirituosas (20 a 35%), chocolate (20%), refrigerantes (20 a 35%), pastelaria e bolachas (18%) e pêssegos enlatados (55%).

O acordo reduz significativamente as tarifas impostas às importações europeias oriundas do bloco sul-americano, mas salvaguarda alguns setores. Assim, por exemplo na carne de bovino, apenas 99 mil toneladas exportadas pelo Mercosul terão a tarifa reduzida de 7,5%, havendo também um limite, de 180 mil toneladas, na entrada de produtos de aves que beneficiarão de isenção de tarifa. Estas 180 mil toneladas serão beneficiadas de forma gradual ao longo de cinco anos.

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