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União Europeia quer dar passaporte comunitário a estudantes britânicos
A medida não está fechada mas tem sido um dos assuntos recorrentes nas reuniões entre os líderes europeus. Matteo Renzi explica que a União Europeia quer, deste modo, atenuar a insatisfação provocada pelo referendo junto das camadas mais jovens do Reino Unido.
Os estudantes britânicos inscritos em universidades de países da União Europeia receberão a cidadania comunitária. A medida faz parte de um plano discutido pelos líderes europeus depois do Reino Unido ter votado a saída do bloco comunitário.
"Se um estudante britânico decidir passar dois, três ou quatro anos numa universidade europeia, estamos a estudar agora a possibilidade de dar-lhe um passaporte comunitário", explicou o primeiro-ministro italiano Matteo Renzi em Bruxelas, citado pela Reuters.
A medida já tinha sido abordada no encontro desta segunda-feira que Renzi manteve com a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande em Berlim. A mesma pretende esclarecer algumas dúvidas de estudantes que olham com incerteza o seu futuro após o referendo que ditou o Brexit. Renzi alertou, contudo, que nenhuma decisão foi tomada.
Uma sondagem mostra que 73% dos votantes com menos de 25 anos optou pela permanência do Reino Unido na União Europeia. Pelas redes sociais, as posições dos mais novos foram surgindo, acusando as faixas etárias mais velhas de lhes retirar direitos que consideram essenciais como poder estudar e trabalhar em outros 27 países. No dia em que foi conhecida esta decisão, o Negócios dedicou um artigo a este tema.
A Reuters recorda que este plano de atribuir passaportes comunitários a estudantes britânicos poderá obrigar Bruxelas e os países nela reunidos a fazer o mesmo com estudantes fora do bloco europeu para evitar acusações de discriminação.