Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

UE e Nova Zelândia firmam acordo de livre comércio

Bruxelas espera que, com este acordo, as exportações da UE para a Nova Zelândia possam aumentar até 4.500 milhões de euros por ano, os investimentos europeus cresçam 80% e as empresas do bloco economizem 140 milhões de euros por ano.

A carregar o vídeo ...
09 de Julho de 2023 às 17:09
  • ...
A União Europeia (UE) e a Nova Zelândia assinaram este domingo um acordo de livre comércio com o qual pretendem aumentar em 30% as suas trocas comerciais através da eliminação das tarifas de exportação e uma maior abertura dos seus serviços.

"É um acordo de livre comércio muito ambicioso e muito equilibrado. Acho que oferece muitas oportunidades para as nossas respetivas empresas", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro da Nova Zelândia, Chris Hipkins, antes da assinatura do documento, em Bruxelas.

O acordo, concluído em 2022 após quatro anos de negociações, removerá todas as tarifas sobre as exportações da UE para a Nova Zelândia, que consistem principalmente em bens de manufaturação, enquanto o bloco da UE as eliminará para a grande maioria das exportações da Nova Zelândia, em todos os produtos agrícolas.

O comércio bilateral de bens entre as duas partes ascendeu a 9.100 milhões de euros em 2022 e o de serviços a 3.500 milhões em 2021, enquanto os investimentos da UE na Nova Zelândia atingiram 9.300 milhões e os deste país no grupo dos 27 chegaram aos 4.300 milhões, segundo os mais recentes números divulgados pelo executivo comunitário.

Bruxelas espera que, com este acordo, as exportações da UE para a Nova Zelândia possam aumentar até 4.500 milhões de euros por ano, os investimentos europeus cresçam 80% e as empresas do bloco economizem 140 milhões de euros por ano, segundo o vice-presidente da Comissão responsável pelo Comércio, Valdis Dombrovskis.

Uma vez ratificado por ambas as partes e entrando em vigor, o entendimento também implicará a abertura do mercado de serviços da Nova Zelândia para empresas europeias em setores como serviços financeiros, telecomunicações ou transporte marítimo, e uma melhoria no seu acesso ao mercado de serviços e concursos públicos no país, avaliados em cerca de 60.000 milhões de euros por ano.

Por seu lado, a Nova Zelândia estima que o acordo com a UE -- atualmente o seu terceiro parceiro comercial - permitirá aumentar as suas exportações para este território em 1,8 mil milhões de dólares por ano (1,64 mil milhões de euros), segundo o ministro do Comércio da Nova Zelândia, Damien O'Connor, também em conferência de imprensa.

No capítulo agroalimentar, sensível para a UE dada a força da Nova Zelândia, além da eliminação de todas as tarifas sobre as exportações europeias, o documento protege todos os vinhos e bebidas destiladas europeus e outros produtos com denominação de origem.

Da mesma forma, para alguns produtos que preocupam os europeus, como laticínios, carne bovina e ovina, etanol ou milho, o volume de importações da Nova Zelândia que podem beneficiar da redução tarifária será limitado.

O acordo inclui pela primeira vez compromissos em matéria de sustentabilidade entre ambos e exige o cumprimento do Acordo de Paris sobre o Clima, prevendo também sanções caso não seja respeitado, em linha com a nova abordagem adotada pela UE para promover esta preocupação também através das suas relações comerciais.

"Existem resultados pioneiros nas mudanças climáticas e no Acordo de Paris e compromissos importantes em outras áreas, incluindo direitos trabalhistas, igualdade de género ou subsídios prejudiciais ao ambiente", disse o primeiro-ministro da Nova Zelândia, que enfatizou o "compromisso partilhado" por ambos os lados acerca de direitos humanos, segurança global ou um sistema baseado em reivindicações internacionais.

Esta cooperação inclui ainda o acordo para a participação da Nova Zelândia no programa comunitário de investigação e inovação Horizon Europe, que vai mobilizar cerca de 100.000 milhões de euros ao longo de sete anos, bem como o acordo para o país cooperar com a Europol, com efeito a partir de hoje.

"Esses acordos aproximam a UE e a Nova Zelândia. Apesar de ser um mundo distante, temos muito em comum", disse Von der Leyen, que agradeceu à Nova Zelândia por se alinhar com as sanções europeias à Rússia e o seu apoio à Ucrânia.

"Desde que a guerra russa na Ucrânia aumentou as tensões na região do Indo-Pacífico, o ambiente geopolítico está cada vez mais mutável e incerto. É mais uma razão para parceiros com ideias semelhantes fortalecerem laços connosco para lidar com diferentes riscos", acrescentou.
Ver comentários
Saber mais UE Nova Zelândia Leyen diplomacia livre comércio acordo
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio