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UE ameaça duplicar retaliação se Trump atingir setor automóvel europeu

Bruxelas quase duplicou para 35 mil milhões de dólares o montante de bens importados dos Estados Unidos que serão alvo de tarifas reforçadas caso o presidente americano cumpra a ameaça de reforçar as taxas alfandegárias aplicadas ao setor automóvel da Europa.

23 de Julho de 2019 às 16:40
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A comissária europeia que detém a pasta do Comércio, Cecilia Malmstrom, anunciou que a União Europeia decidiu quase duplicar, dos 20 mil milhões de dólares inicialmente anunciados para 39 mil milhões, o montante sobre o qual irão recair tarifas aduaneiras reforçadas aplicadas à importação de bens dos Estados Unidos no caso de Washington avançar com medidas protecionistas destinadas a atingir o setor automóvel europeu. 

O presidente americano, Donald Trump, já ameaçou reforçar as taxas alfandegárias aplicadas aos automóveis e componentes de automóveis importados da Europa para proteger as fabricantes norte-americanas. 

Malmstrom reiterou esta terça-feira que Bruxelas não aceitará qualquer exigência de Trump relacionada com uma limitação comunitária referente à exportação de automóveis para os EUA com base em justificações relacionadas com hipotéticas ameaças à segurança nacional.

Desta forma, a comissária explicou que Bruxelas não aceita prosseguir quotas ou limitar voluntariamente as suas exportações do setor automóvel para os EUA. Recorde-se que foi em janeiro último que a UE anunciou estar disposta a impor tarifas aduaneiras reforçadas sobre bens oriundos dos EUA num valor de 20 mil milhões de dólares, montante agora atualizada de forma a refletir com maior proporcionalidade aquilo que são os números respeitantes às trocas comerciais bilaterais entre os dois blocos económicos.

Apesar de os EUA continuarem em plena disputa comercial com a China, no ano passado houve também uma troca mútua de medidas protecionistas entre Washington e Bruxelas. Primeiro foi Trump quem, argumentando ameaças à segurança nacional, aplicou taxas aduaneiras agravadas ao aço (25%) e alumínio (10%) importados da Europa, levando Bruxelas a ripostar com a imposição de tarifas reforçadas de 25% sobre bens americanos avaliados em 2,8 mil milhões de euros, tais como a marca de roupa Levi Strauss & Co. ou a Harley-Davidson.

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