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Tensão crescente com a Rússia domina cimeira europeia
Os líderes europeus pretendem "condenar fortemente" a Federação Russa pelos seus alegados ataques a civis na cidade síria de Alepo.
O primeiro-ministro, António Costa, participa esta quinta e sexta-feira, em Bruxelas, numa cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) cuja agenda é dominada pelas questões da imigração, comércio e as relações, cada vez mais tensas, com a Rússia. Este Conselho Europeu será também o primeiro no qual participa a primeira-ministra britânica, Theresa May, que deverá dar conta aos 27 parceiros europeus de que modo o seu governo tenciona levar a cabo o processo de saída do Reino Unido da UE, na sequência do referendo que ditou o 'Brexit'.
Além do tema da imigração, que tem feito parte da agenda das últimas cimeiras de líderes da UE, mas que não deve conhecer grandes desenvolvimentos na reunião de hoje, o assunto que promete animar a discussão, durante o jantar de trabalho, é a Rússia.
O projecto de conclusões do encontro, obtido pela AFP, omite a ameaça de sanções, apesar de tais apelos por parte dos EUA e do Reino Unido, mas intensifica o tom contra a Federação Russa. "O Conselho Europeu condena fortemente os ataques pelo regime sírio e pelos seus aliados, designadamente a Rússia, a civis em Alepo". No texto também se avisa que "os responsáveis pelas violações da lei humanitária internacional e dos direitos humanos têm de se explicar".
Os líderes da Alemanha e França preveniram na noite de quarta-feira que não excluem a imposição de sanções. "Tudo o que puder ser uma ameaça pode ser útil", respondeu o Presidente francês, François Hollande, a uma questão sobre possíveis sanções, horas antes da cimeira europeia em Bruxelas. Por seu lado, a chanceler alemã, Angela Merkel, acrescentou: "Não podemos remover essa opção".
Outro tema forte da cimeira será o comércio, numa altura em que a UE está a negociar tratados com vários parceiros - o mais polémico dos quais o acordo transatlântico com os Estados Unidos, o TTIP -, e em que está ameaçada a assinatura de um acordo de livre comércio com o Canadá (CETA), que supostamente deveria celebrar-se na próxima semana em Bruxelas, dada a oposição de um parlamento regional de um dos Estados-membros, designadamente da Valónia, região francófona da Bélgica.
Os trabalhos começarão às 16:00 desta quinta-feira, em Bruxelas (15:00 de Lisboa), prosseguindo até sexta-feira à tarde.
Portugal estará representado pelo primeiro-ministro, António Costa, que, como habitualmente, participa antes na reunião dos Socialistas Europeus preparatória do Conselho Europeu.Já o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, desta feita não marcará presença na reunião do Partido Popular Europeu (PPE), por se deslocar à tomada de posse do Presidente de Cabo Verde.