Notícia
Siza Vieira sobre Brexit: Portugal deve "esperar o melhor" mas preparar-se "para o pior"
O ministro da Economia mostra-se otimista quanto ao desfecho do Brexit mas mesmo assim considera que Portugal deve estar preparado "para o pior".
17 de Janeiro de 2019 às 17:57
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse hoje que Portugal deve "esperar o melhor" mas preparar-se "para o pior" dos cenários relativamente à saída do Reino Unido da União Europeia.
"Vamos esperar pelo melhor, mas preparamo-nos para o pior. Portugal e o Reino Unido têm o mais antigo tratado de amizade da História do mundo. Independentemente do sobressalto, (....) vamos continuar a ter relações muito próximas", afirmou hoje durante um seminário sobre "Brexit -- Oportunidades e Desafios para as PME", em Viana do Castelo.
Para o governante, "neste momento, vive-se um quadro de muita incerteza" e, "se nada for feito, o Reino Unido passa a ser um país terceiro, o que significa a cobrança de direitos aduaneiros e controlos alfandegários (...), alterando-se profundamente as circunstâncias do relacionamento até agora existente".
Por isso, defendeu ser "muito importante que todas as empresas portuguesas com relacionamento significativo com o Reino Unido se preparem".
"Temos um mês e meio pela frente, esperamos que o bom senso prevaleça e que seja possível evitar o pior, mas temos que estar preparados para o pior", destacou, realçando ser "por isso que o Ministério da Economia e dos Negócios Estrangeiros estão mobilizados na disseminação da informação e dos mecanismos de apoio para mitigar o impacto dos cenários mais adversos".
O ministro disse ainda que todas as entidades públicas também estão mobilizadas na disseminação da informação que permita às empresas avaliar o seu relacionamento com o Reino Unido.
"Estamos ao mesmo tempo na União Europeia a tomar medidas que possam mitigar o impacto de ausência de acordo, especificando medidas de continuidade da prestação de serviços de transportes aéreos e ferroviários, controle sanitário e fitossanitário de produtos agroalimentares, entre outros", acrescentou.
Salientou também que Portugal está a trabalhar na "salvaguarda dos direitos dos cidadãos britânicos" residentes no país, para que o fluxo dos "que queiram visitar Portugal se faça da forma mais simples possível", assegurando que este continue a ser um destino de excelência.
"Para as empresas portuguesas também estamos a preparar mecanismos de apoio, vai ser mais difícil num setor do que noutro. No caso de haver deslocalização, iremos apoiar na procura de novos destinos de exportação", frisou.
Depois de praticamente dois anos de negociações, o acordo alcançado em novembro passado entre o Governo de Theresa May e a UE a 27 foi "chumbado", de forma expressiva, pela Câmara dos Comuns na passada terça-feira, a 10 semanas da data agendada para a consumação do 'Brexit', 29 de março de 2019 (dois anos após o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o da saída de um Estado-membro do bloco europeu, ter sido ativado pelo Reino Unido).
Com cerca de 70 dias pela frente, não parecem restar grandes alternativas senão a extensão do artigo 50 -- prevista nos tratados --, pois, num processo em que são imensas as divisões, todos parecem concordar que o cenário mais nefasto para todas as partes é de uma saída desordenada do Reino Unido, o que acontecerá se nada for feito até 29 de março.
"Vamos esperar pelo melhor, mas preparamo-nos para o pior. Portugal e o Reino Unido têm o mais antigo tratado de amizade da História do mundo. Independentemente do sobressalto, (....) vamos continuar a ter relações muito próximas", afirmou hoje durante um seminário sobre "Brexit -- Oportunidades e Desafios para as PME", em Viana do Castelo.
Por isso, defendeu ser "muito importante que todas as empresas portuguesas com relacionamento significativo com o Reino Unido se preparem".
"Temos um mês e meio pela frente, esperamos que o bom senso prevaleça e que seja possível evitar o pior, mas temos que estar preparados para o pior", destacou, realçando ser "por isso que o Ministério da Economia e dos Negócios Estrangeiros estão mobilizados na disseminação da informação e dos mecanismos de apoio para mitigar o impacto dos cenários mais adversos".
O ministro disse ainda que todas as entidades públicas também estão mobilizadas na disseminação da informação que permita às empresas avaliar o seu relacionamento com o Reino Unido.
"Estamos ao mesmo tempo na União Europeia a tomar medidas que possam mitigar o impacto de ausência de acordo, especificando medidas de continuidade da prestação de serviços de transportes aéreos e ferroviários, controle sanitário e fitossanitário de produtos agroalimentares, entre outros", acrescentou.
Salientou também que Portugal está a trabalhar na "salvaguarda dos direitos dos cidadãos britânicos" residentes no país, para que o fluxo dos "que queiram visitar Portugal se faça da forma mais simples possível", assegurando que este continue a ser um destino de excelência.
"Para as empresas portuguesas também estamos a preparar mecanismos de apoio, vai ser mais difícil num setor do que noutro. No caso de haver deslocalização, iremos apoiar na procura de novos destinos de exportação", frisou.
Depois de praticamente dois anos de negociações, o acordo alcançado em novembro passado entre o Governo de Theresa May e a UE a 27 foi "chumbado", de forma expressiva, pela Câmara dos Comuns na passada terça-feira, a 10 semanas da data agendada para a consumação do 'Brexit', 29 de março de 2019 (dois anos após o artigo 50 do Tratado de Lisboa, o da saída de um Estado-membro do bloco europeu, ter sido ativado pelo Reino Unido).
Com cerca de 70 dias pela frente, não parecem restar grandes alternativas senão a extensão do artigo 50 -- prevista nos tratados --, pois, num processo em que são imensas as divisões, todos parecem concordar que o cenário mais nefasto para todas as partes é de uma saída desordenada do Reino Unido, o que acontecerá se nada for feito até 29 de março.