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Reino Unido mostra maior disposição para negociar acordos de segurança com UE, diz Borrell

"Superámos as dificuldades do Brexit e agora parece que tudo está nos trilhos", sublinhou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança

Reuters
15 de Maio de 2023 às 23:22
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O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, declarou esta segunda-feira que o Reino Unido está com uma maior disposição para negociar acordos de segurança e defesa com a União Europeia (UE), perante o objetivo comum de ajudar a Ucrânia.

"Superámos as dificuldades do Brexit e agora parece que tudo está nos trilhos", sublinhou o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, durante uma conferência organizada em Bruxelas pelo 'think tank' European Policy Center.

"Os anteriores governos britânicos não queriam falar connosco sobre qualquer tipo de cooperação em segurança e defesa. Eles nunca quiseram", acrescentou, citado pela agência Efe.

O diplomata espanhol revelou que "agora" o governo liderado por Rishi Sunak "está preparado", garantindo que esse diálogo vai acontecer porque as duas partes estão em sintonia, que é "o apoio à Ucrânia".

Borrell sublinhou que o Reino Unido "tem um dos exércitos mais poderosos da Europa, senão o mais poderoso". "Agora que os problemas de implementação do Brexit foram resolvidos, podemos começar a pensar neste tipo de acordos para construir alianças em segurança e defesa", concretizou.

Segundo o alto representante, na UE existe "muito interesse" neste tipo de acordo com Londres. "Sempre o oferecemos e nunca obtivemos uma resposta positiva, mas agora parece que vamos ter", revelou.

Borrell lembrou ainda que a Rússia deixou claro que "não quer" parar a guerra na Ucrânia, realçando que Moscovo "tem objetivos militares a cumprir", enquanto a Ucrânia "não pode parar de se defender".

Também abordou a relação da UE com a China, lembrando que esta está a ser "recalibrada" mas sem "colocar todos os ovos na mesma cesta", ao contrário do que foi feito em relação ao gás e à Rússia.

"Hoje dependemos da China, em algumas matérias, muito mais do que dependíamos da Rússia em energia", frisou, numa referência às importações de petróleo e gás russo que a UE cortou em resultado da invasão da Ucrânia.

"Certamente, é uma atitude bastante sensata reduzir as dependências excessivas. Mas a eliminação de riscos não é isenta de riscos", analisou ainda.
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