Notícia
Brexit travou comércio e contribuiu para contrair oferta laboral do Reino Unido, diz BCE
Boletim económico do BCE, publicado esta sexta-feira, observa que existe uma incerteza considerável quanto às implicações a longo prazo.
19 de Maio de 2023 às 12:07
O Banco Central Europeu (BCE) considera que "o Brexit foi um entrave para o comércio britânico e contribuiu para uma queda na oferta de trabalho" no Reino Unido.
Num artigo do boletim económico, publicado esta sexta-feira, os economistas do BCE Katrin Forster-van Aerssen e Tajda Spital analisam a evolução recente do comércio e do mercado de trabalho do Reino Unido, quase dois anos e meio depois de o país ter assinado o acordo comercial pós-Brexit com a União Europeia (UE).
"Os dados disponíveis sugerem que o Brexit tem sido um entrave ao comércio do Reino Unido e contribuiu para uma queda da oferta de mão-de-obra, sendo provável que ambos afetem o potencial de crescimento do país a longo prazo", afirmam os economistas do BCE.
O Acordo de Comércio e Cooperação (ACC) entre a UE e o Reino Unido foi assinado em 30 de dezembro de 2020 e entrou provisoriamente em vigor em 1 de janeiro de 2021.
A saída do Reino Unido do mercado único e da união aduaneira da UE representou uma mudança profunda nas relações económicas, que "deverá ter um impacto nos fluxos comerciais entre as duas zonas, mas também nos fluxos migratórios, no investimento direto estrangeiro, na regulamentação, no setor financeiro, na ciência e na educação e noutras áreas da economia do Reino Unido", acrescenta o BCE.
"O Brexit levou a uma redução significativa da atividade comercial entre a UE e o Reino Unido em ambas as direções, que poderá, no entanto, recuperar em certa medida ao longo do tempo, uma vez que as empresas do Reino Unido e da UE se tenham adaptado plenamente ao novo ambiente", segundo a instituição monetária.
O peso do comércio em termos de Produto Interno Bruto (PIB) também diminuiu e algumas pequenas e médias empresas do Reino Unido deixaram de efetuar trocas comerciais com a UE.
Quanto ao mercado de trabalho, os economistas do BCE acrescentam que "há indícios de que o fim da livre circulação dos cidadãos da UE também contribuiu para o aumento acentuado da escassez de mão-de-obra observado recentemente, em especial nos setores com trabalhadores menos qualificados".
No entanto, a queda da taxa de participação da população ativa do Reino Unido também foi impulsionada por outros fatores, possivelmente mais importantes.
O BCE observa que existe uma incerteza considerável quanto às implicações a longo prazo, incluindo a medida em que o abrandamento do comércio e a migração da UE poderão afetar a oferta potencial de mão-de-obra e a produtividade futura.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou recentemente que "o Brexit tornou a cerveja e os produtos de saúde mais baratos".
Num artigo do boletim económico, publicado esta sexta-feira, os economistas do BCE Katrin Forster-van Aerssen e Tajda Spital analisam a evolução recente do comércio e do mercado de trabalho do Reino Unido, quase dois anos e meio depois de o país ter assinado o acordo comercial pós-Brexit com a União Europeia (UE).
O Acordo de Comércio e Cooperação (ACC) entre a UE e o Reino Unido foi assinado em 30 de dezembro de 2020 e entrou provisoriamente em vigor em 1 de janeiro de 2021.
A saída do Reino Unido do mercado único e da união aduaneira da UE representou uma mudança profunda nas relações económicas, que "deverá ter um impacto nos fluxos comerciais entre as duas zonas, mas também nos fluxos migratórios, no investimento direto estrangeiro, na regulamentação, no setor financeiro, na ciência e na educação e noutras áreas da economia do Reino Unido", acrescenta o BCE.
"O Brexit levou a uma redução significativa da atividade comercial entre a UE e o Reino Unido em ambas as direções, que poderá, no entanto, recuperar em certa medida ao longo do tempo, uma vez que as empresas do Reino Unido e da UE se tenham adaptado plenamente ao novo ambiente", segundo a instituição monetária.
O peso do comércio em termos de Produto Interno Bruto (PIB) também diminuiu e algumas pequenas e médias empresas do Reino Unido deixaram de efetuar trocas comerciais com a UE.
Quanto ao mercado de trabalho, os economistas do BCE acrescentam que "há indícios de que o fim da livre circulação dos cidadãos da UE também contribuiu para o aumento acentuado da escassez de mão-de-obra observado recentemente, em especial nos setores com trabalhadores menos qualificados".
No entanto, a queda da taxa de participação da população ativa do Reino Unido também foi impulsionada por outros fatores, possivelmente mais importantes.
O BCE observa que existe uma incerteza considerável quanto às implicações a longo prazo, incluindo a medida em que o abrandamento do comércio e a migração da UE poderão afetar a oferta potencial de mão-de-obra e a produtividade futura.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, afirmou recentemente que "o Brexit tornou a cerveja e os produtos de saúde mais baratos".