Notícia
Polónia pondera suspender contribuição para a UE devido a custo de acolher refugiados
Numa conferência de imprensa realizada em Varsóvia, o vice-primeiro-ministro polaco, Zbigniew Ziobro, anunciou ter apresentado, numa reunião do Governo, um pedido para "a suspensão total ou parcial da contribuição polaca para o orçamento da União Europeia".
26 de Abril de 2022 às 18:17
O Governo polaco está a considerar pedir à Comissão Europeia para suspender temporariamente a sua contribuição para o orçamento da União Europeia (UE) para fazer face aos custos do acolhimento de refugiados ucranianos.
Numa conferência de imprensa realizada em Varsóvia, o vice-primeiro-ministro polaco, Zbigniew Ziobro, anunciou ter apresentado, numa reunião do Governo, um pedido para "a suspensão total ou parcial da contribuição polaca para o orçamento da União Europeia".
Segundo Ziobro, que também ocupa o cargo de ministro da Justiça, tal "tem que ver com os gastos suportados [pela Polónia] devido à guerra na Ucrânia e à crise de refugiados".
Os últimos dados disponíveis da UE, correspondentes a 2020, indicam que a Polónia contribuiu nesse ano com 4.881 milhões de euros para os cofres comunitários.
Depois de afirmar que a Polónia é o país do mundo que "fornece a maior ajuda financeira à Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos", o vice-primeiro-ministro defendeu: "Temos o direito de propor que as declarações de solidariedade não sejam só palavras, mas sejam expressas em ajuda financeira real e tangível". "Não para nós, mas para os refugiados", concluiu Ziobro.
O 'número dois' do Governo polaco declarou que "enquanto durar esta crise, esta situação histórica inusitada e sem precedentes, da afluência de quase três milhões de refugiados à Polónia, consideramos pedir à Comissão Europeia (...) uma suspensão de, se não toda, pelo menos uma parte significativa da contribuição que a Polónia paga para o orçamento da União Europeia".
Ziobro apelou para "a cooperação mútua e a solidariedade" da Europa e explicou que o dinheiro que Varsóvia deixaria de enviar para Bruxelas "não se destinará a qualquer outro fim" que não seja ajudar os refugiados. "Um objetivo que deve ser comum a todos nós", vincou.
Nas últimas semanas, tanto o Presidente polaco, Andrzej Duda, como outros membros do Governo, reclamaram a criação de "fundos especiais" para custear a chegada de refugiados da Ucrânia.
Desde que começou a guerra na Ucrânia, há cerca de dois meses, as autoridades polacas registaram a entrada no país de quase três milhões de refugiados, a maioria dos quais mulheres e crianças, às quais é permitida a obtenção de identificação fiscal que lhes proporcione acesso a serviços públicos como saúde e educação.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,16 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classificou como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 62.º dia, já matou mais de 2.500 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.
Numa conferência de imprensa realizada em Varsóvia, o vice-primeiro-ministro polaco, Zbigniew Ziobro, anunciou ter apresentado, numa reunião do Governo, um pedido para "a suspensão total ou parcial da contribuição polaca para o orçamento da União Europeia".
Os últimos dados disponíveis da UE, correspondentes a 2020, indicam que a Polónia contribuiu nesse ano com 4.881 milhões de euros para os cofres comunitários.
Depois de afirmar que a Polónia é o país do mundo que "fornece a maior ajuda financeira à Ucrânia, a seguir aos Estados Unidos", o vice-primeiro-ministro defendeu: "Temos o direito de propor que as declarações de solidariedade não sejam só palavras, mas sejam expressas em ajuda financeira real e tangível". "Não para nós, mas para os refugiados", concluiu Ziobro.
O 'número dois' do Governo polaco declarou que "enquanto durar esta crise, esta situação histórica inusitada e sem precedentes, da afluência de quase três milhões de refugiados à Polónia, consideramos pedir à Comissão Europeia (...) uma suspensão de, se não toda, pelo menos uma parte significativa da contribuição que a Polónia paga para o orçamento da União Europeia".
Ziobro apelou para "a cooperação mútua e a solidariedade" da Europa e explicou que o dinheiro que Varsóvia deixaria de enviar para Bruxelas "não se destinará a qualquer outro fim" que não seja ajudar os refugiados. "Um objetivo que deve ser comum a todos nós", vincou.
Nas últimas semanas, tanto o Presidente polaco, Andrzej Duda, como outros membros do Governo, reclamaram a criação de "fundos especiais" para custear a chegada de refugiados da Ucrânia.
Desde que começou a guerra na Ucrânia, há cerca de dois meses, as autoridades polacas registaram a entrada no país de quase três milhões de refugiados, a maioria dos quais mulheres e crianças, às quais é permitida a obtenção de identificação fiscal que lhes proporcione acesso a serviços públicos como saúde e educação.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5,16 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classificou como a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 62.º dia, já matou mais de 2.500 civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito mais elevado.