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Novas regras não prejudicam investimento em 2025, mas equilíbrio será dificil, admite Bruxelas
Depois de analisar os planos de médio prazo, Comisão Europeia conclui que o ajustamento exigido não vai prejudicar o investimento no próximo ano. Mas há riscos para o futuro. De saída, comissário Gentiloni defende emissão de dívida conjunta para a defesa já em 2025.
Com as novas regras orçamentais, a Comissão Europeia antecipa que a política da Zona Euro seja ligeiramente contracionista (em 0,29%) no próximo ano, mas que isso não vai prejudicar o investimento público, que se prevê que aumente em 2025. Ainda assim, Bruxelas admite que esse será um "equilíbrio difícil" de manter.
A garantia foi dada pelo comissário europeu com a pasta dos Assuntos Europeus, Paolo Gentiloni, numa conferência de imprensa nesta terça-feira, 26 de novembro, a propósito do pacote de Outono da Comissão.
"A política orçamental será ligeiramente contracionista, em 0,29% do PIB, em 2025 na Zona Euro, mas o investimento público vai crescer de 3,4% para 3,5% [do PIB] em 2024-2025 e continuar", afirmou Paolo Gentiloni. "Não é verdade que as regras, só por si, reduzem o investimento público", acrescentou o comissário.
Quando apresentou as previsões de outono, há cerca de duas semanas, o responsável europeu admitiu que o ajustamento orçamental necessário poderia travar, de certa forma, o crescimento económico da UE, mas agora mostrou-se menos preocupado.
"Vamos evitar os erros da década anterior em que a fatia de leão da consolidação ocorreu no investimento", disse.
Anteriormente, também o vice-presidente da Comissão com a pasta da Economia, Valdis Dombrovskis, admitiu que não prejudicar o investimento perante o ajustamento necessário das novas regras vai ser uma tarefa dificil.
"O novo enquadramento está a funciona bem, os Estados-membros apropriaram-se das trajetórias de consolidação. Mas agora é a altura de fazer um ajustamento oraçmental - que não deve significar cortes no investimento público. É um equilibrio dificil de garantir", disse.
Para já, a expectativa é que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) aguente o barco. "É uma aprte importante da história. o PRR levou o investimento público aos níveis mais altos da década", lembrou Dombrovskis.
Dívida conjunta para a defesa
Prestes a deixar o cargo de comissário europeu, Paolo Gentiloni defendeu a emissão de dívida conjunta para fortalecer a capacidade de defesa da União Europeia (UE) já em 2025, quando questionado sobre o tema.
"Já tivemos a emissão de dívida conjunta anteriormente e acho que a área da defesa pode ser um dos temas onde este tipo de esforço comum pode ser possível. Se me pergunta quando, em 2025", afirmou Paolo Gentiloni.
Esta foi a última conferência de imprensa do comissário italiano, que não fará parte do próximo executivo comunitário. Nesse sentido disse: "Acredito que em breve, mas é fácil para mim dizer".