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Macron elogia Costa por "reequilibrar as finanças públicas com política de crescimento"
Após o primeiro encontro bilateral entre o primeiro-ministro português e o presidente francês, António Costa e Emmanuel Macron mostraram que Lisboa e Paris convergem na necessidade de reformar a União Económica e Monetária.
António Costa e Emmanuel Macron, dois líderes europeus com uma "visão partilhada" sobre o "futuro da Europa", designadamente sobre a importância de assegurar maior estabilidade e convergência ao projecto europeu mediante o reforço da integração e a reforma da União Económica e Monetária (UEM).
O primeiro-ministro português e o presidente francês almoçaram esta sexta-feira, 28 de Julho, no Eliseu, em Paris, no primeiro encontro ao nível bilateral entre os dois, que já tinham estado juntos durante a cimeira da NATO e no Conselho Europeu.
Foi no encontro do Conselho de 22 e 23 de Junho que Costa e Macron definiram uma reunião bilateral a fim de analisar a relação entre os dois países e debater o futuro da União Europeia (UE).
Depois da refeição, que se prolongou durante cerca de uma hora, Costa e Macron surgiram juntos para uma conferência de imprensa em que sinalizaram grande convergência acerca das questões fundamentais para o futuro europeu.
O presidente gaulês foi o primeiro a falar, que mostrou o seu "regozijo" com a melhoria da situação económica portuguesa. Macron destacou "o crescimento que acelera, a retoma do investimento e a descida do défice" para depois elogiar "a acção de António Costa que permitiu reequilibrar as finanças públicas com uma política de crescimento e justiça social que dá sustentabilidade à retoma".
De seguida, o governante gaulês notou a concordância com Costa na intenção de "avançar em termos de integração na UEM", de garantir "maior integração no seio da Zona Euro".
"O reforço da Zona Euro constitui por isso uma prioridade que é dos dois países", acrescentou Macron, que pretende também "reformar algumas das regras" de funcionamento da moeda única. O presidente francês concluiu dizendo que "iremos aprofundar" e "trabalhar em conjunto" estas matérias.
Por sua vez, António Costa frisou que neste encontro "pudemos concentrar-nos na visão partilhada que temos sobre o futuro da Europa". Mas o primeiro-ministro não deixou de, também ele, elogiar a acção de Macron, cuja eleição e ambição de "pôr a Europa em marcha" (alusão ao movimento-partido criado por Macron) permitiu aos europeus terem uma "confiança reforçada" no futuro.
Também o líder socialista sublinhou a vontade de "reforçar a unidade da UE, de maior convergência económica e social das nossas sociedades e de reforçar a capacidade da Europa para fazer mais em termos de segurança, Defesa e emprego". Sendo que Costa nota que deve ser dada "prioridade à convergência económica" por forma a assegurar a "estabilização da Zona Euro e a reforma da UEM".
Em meados deste mês, o primeiro-ministro, a propósito de uma conferência da Comissão Europeia, realizada em Lisboa, sobre os desafios e cenários para o futuro da UE, já tinha sustentado que há um só caminho e que passa por dar "prioridade à retoma do processo de convergência económica". O que defendeu só ser possível mediante a reforma da UEM.
Já Emmanuel Macron tem-se assumido nos últimos meses como o principal promotor de uma Europa mais unida e capaz de responder aos desafios, o que o levou a defender a correcção dos mecanismos de funcionamento do euro e a criação de um Orçamento comum da Zona Euro.
A finalizar, Costa despediu-se de Macron agradecendo a refeição e deixando um convite para o presidente francês visitar Portugal: "obrigado pela refeição e aguardo-o em Lisboa".