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Líderes tentam fechar hoje cargos de topo da UE

Negociações para os cargos de presidente da Comissão Europeia, Conselho Europeu, Parlamento Europeu e Alto Representante para a Política Externa podem prolongar-se pela madrugada. Sessão inaugural da nova legislatura europeia é já terça-feira, em Estrasburgo.

Reuters
30 de Junho de 2019 às 10:28
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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) reúnem-se hoje em Bruxelas numa nova cimeira extraordinária dedicada a desbloquear o impasse na discussão sobre as nomeações para os lugares institucionais de topo europeus.

 

Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado – que terminou já na madrugada de 21 sem ‘fumo branco’ -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, voltarão a reunir-se hoje em Bruxelas, em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados ‘em pacote’.

 

Com o aproximar da sessão constitutiva do PE resta pouco tempo aos líderes da UE para chegar a um entendimento que evite uma crise institucional na UE, e que, em último caso, forçaria a atual ‘Comissão Juncker’ a estender o seu mandato, que termina em 31 de outubro próximo.

 

O impasse nas negociações entre as três grandes políticas famílias europeias – Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas Europeus e Liberais –, prende-se, sobretudo, com a divergência em torno da figura a designar para a presidência da Comissão Europeia.

 

O nome do alemão Manfred Weber tem constituído o principal entrave a um compromisso, pois o PPE, vencedor das eleições de maio passado, insiste na nomeação daquele que foi o seu ‘Spitzenkandidat’ (candidato principal) à presidência da Comissão, mas Socialistas e Liberais opõem-se terminantemente à sua designação, ‘oferecendo’ em alternativa os respetivos candidatos principais, o holandês Frans Timmermans e a dinamarquesa Margrethe Vestager.

 

À falta de um compromisso entre as famílias políticas, nenhum destes três nomes reuniu uma maioria no Conselho na última cimeira, levando inclusive a chanceler alemã, Angela Merkel, a dar sinais de que, embora fosse favorável a que continuasse a ser seguido o modelo dos ‘Spitzenkandidaten’ (inaugurado em 2014, com a nomeação de Jean-Claude Juncker), está disposta a renunciar ao seu ‘candidato’ para que seja possível chegar a um entendimento.

 

Da cidade japonesa de Osaka, onde alguns dos principais decisores europeus, caso de Merkel, do presidente francês, Emmanuel Macron, e do presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, participaram na cimeira do G20, chegaram sinais animadores, com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a admitir mesmo que um acordo para a nomeação dos cargos de topo da UE estaria mais próximo, uma ideia corroborada posteriormente pela chanceler alemã.

 

Além da presidência do executivo comunitário – o posto que todos querem, e pelo qual estão dispostos a ‘abrir mão’ dos restantes – estão em jogo as presidências do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e de Alto Representante para a Política Externa, assim como a presidência do Parlamento Europeu, já que, embora esta seja decidida pelos eurodeputados, é tradicionalmente também negociada ‘em pacote’, de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.

 

Com os serviços do Conselho a anunciarem que a cimeira de hoje (com início agendado para as 18:00 locais, 17:00 de Lisboa) pode prolongar-se até um "pequeno-almoço na segunda-feira", o Parlamento Europeu decidiu adiar por 24 horas a eleição do seu novo presidente, que estava agendada para terça-feira, primeiro dia da sessão, e passa para quarta-feira, esperando que até lá o Conselho chegue a um compromisso.

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