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Líderes europeus dividem-se sobre adiamento do Brexit por um ano
A possibilidade de prolongar por um ano o artigo 50 está a dividir os governos europeus. Adiamento da saída britânica da UE ganha força enquanto forma de evitar um Brexit sem acordo.
Os líderes europeus estão divididos sobre a possibilidade de adiar o Brexit por um período de cerca de um ano, noticia a Bloomberg com base declarações de quatro diplomatas da União Europeia.
Em grande medida, as várias capitais europeias dividem-se em dois grupos: os governos que consideram que Bruxelas deve conferir mais tempo para que Londres consiga negociar com a Europa um acordo de saída capaz de recolher apoio maioritário no parlamento britânico; e aqueles que rejeitam qualquer flexibilidade negocial e que defendem o reforço da pressão sobre o governo britânico.
Durante a tarde desta segunda-feira, 21 de janeiro, a primeira-ministra britânica Theresa May apresenta na Câmara dos Comuns um plano B para o Brexit, substituto do acordo de saída chumbado.
De acordo com a imprensa britânica, May deverá apresentar uma proposta assente na intenção de procurar, junto de Bruxelas, concessões adicionais, em particular na questão do backstop para impedir uma fronteira rígida entre as duas Irlandas.
A líder conservadora insiste em consumar o Brexit na data já prevista na lei, o próximo dia 29 de Março. Contudo, tem vindo a ganhar força um eventual adiamento da saída de forma a evitar um Brexit desordenado, cenário que só poderá concretizar-se mediante unanimidade dos restantes 27 Estados-membros.
O primeiro-ministro eslovaco, Miroslav Lajcak, citado pela Bloomberg, afirmou esta manhã que Bruxelas não deve "prolongar a agonia" em torno deste processo.
Em sentido inverso, no sábado, a chanceler alemã Angela Merkel sustentou que os líderes europeus devem assumir uma abordagem "responsável" e esforçar-se por encontrar uma solução. Também a Comissão Europeia parece ser favorável à ideia de adiamento do Brexit.
Também esta segunda-feira, o ministro alemão da Economia, Peter Altmeier, alertou as autoridades do Reino Unido para não utilizarem erradamente a disponibilidade europeia para encontrar uma solução que impeça o pior.