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Jantar de May e Juncker não quebrou impasse do Brexit. Conclusão foi "acelerar esforços"

A deslocação de Theresa May a Bruxelas não resultou em qualquer progresso no desbloqueio das negociações em torno do Brexit. Os dois líderes concordaram apenas que é preciso "acelerar esforços".

17 de Outubro de 2017 às 10:29
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Na tentativa de desbloquear as negociações em torno do Brexit, a primeira-ministra britânica, Theresa May, deslocou-se ontem à noite a Bruxelas para um jantar com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. No entanto, o encontro entre os dois líderes resultou em pouco ou nenhum progresso, com ambos os lados a emitirem uma declaração onde reiteraram as posições assumidas anteriormente.

Até ao momento, as conversações sobre o divórcio do Reino Unido e da UE não têm dado sinais de avanço, com Londres a recusar-se a dizer quanto está disposta a pagar pela saída, antes de existirem negociações sobre a futura relação comercial, e a UE a não querer debater um eventual acordo comercial sem antes se definir a factura financeira.

"Ambos os lados concordaram que estas questões estão a ser debatidas no quadro acordado entre a UE a 27 e o Reino Unido", anunciou a breve declaração emitido após a reunião entre May e Juncker, acrescentando que os dois responsáveis "analisaram os progressos realizados nas negociações do Artigo 50 até agora, e concordaram que esses esforços deveriam acelerar nos próximos meses".

Esta quinta e sexta-feira, os líderes europeus vão estar reunidos numa cimeira, que tanto a UE como o Reino Unido pretendiam usar para anunciar que haviam sido feitos "progressos suficientes" nas conversações para permitir discussões sobre a relação comercial e o período de transições, temas cruciais para as empresas do país.

Esse cenário, porém, não se confirma. Segundo a Bloomberg, o mais recente esboço das conclusões que serão apresentadas na cimeira apontam para a necessidade de um esforço adicional por parte do Reino Unido, antes que as negociações possam avançar para o tema do comércio.

Do lado do Reino Unido, o sentimento é, pelo contrário, de que o país já cedeu o suficiente. Segundo fontes citadas pela Bloomberg, May assumiu um risco político no discurso que fez em Florença, mo mês passado – garantindo que o país vai pagar o que lhe é devido para o orçamento europeu - e agora precisa de algo em troca para fazer mais concessões.

Os dois lados têm até Março de 2019 para estabelecer um acordo, ou o país sairá, nessa data, do bloco regional de forma desordenada. Theresa May já admitiu essa possibilidade, na semana passada, dizendo que o Governo já está a preparar planos de contingência.

No parlamento, May afirmou, no passado dia 9 de Outubro, que apesar de pretender que as negociações com Bruxelas sejam bem-sucedidas, "também é nossa responsabilidade, como governo, preparar-nos para todas as eventualidades".

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