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Horta Osório confiante na recuperação do Lloyds
Depois de falhada a venda de 632 balcões do grupo bancário Lloyds ao The Co-operative Group, António Horta Osório esclarece as razões pelas quais acredita que o banco vai num bom caminho. O Lloyds apresenta amanhã os resultados trimestrais, e as previsões são optimistas.
O Lloyds Banking Group, detido maioritariamente pelo Tesouro britânico, pode estar a caminhar para o fim de uma era negra, de imparidades nos empréstimos e de vendas inadequadas de seguros, quando reportar amanhã um aumento nos lucros trimestrais face ao período homólogo, segundo noticia a Bloomberg.
Em entrevista ao “Sunday Telegraph”, Horta Osório admitiu que foi desapontante o facto do negócio com o The Co-operative Group não se ter realizado “porque pensávamos ser o melhor negócio para os accionistas, clientes e trabalhadores”.
“O Lloyds, ao ser o maior banco comercial e de retalho do Reino Unido, tem uma responsabilidade especial na economia, e é exactamente esse o papel que estamos a assumir, e isso é benéfico para o Lloyds e para os seus accionistas”.
Os lucros antes de impostos subiram para 864 milhões de libras, cerca de 1.025,65 milhões de euros no primeiro trimestre de 2013, face às 288 milhões de libras do período homólogo do ano passado, de acordo com as estimativas dos analistas da Bloomberg.
As imparidades irão provavelmente cair de 1,7 mil milhões para 1,1 mil milhões de libras, face ao mesmo período do ano passado. Este é o valor mais baixo desde 2008. “Parece que o Lloyds dobrou a esquina no que concerne às imparidades, depois de terem percorrido um grande caminho”, afirmou Gary Greenwood, analista do Shore Capital.
Contudo, o caminho para trazer o banco de volta ao sector privado ainda é longo. “Horta Osório está a fazer um bom trabalho nos custos e um bom trabalho na reconstituição do negócio”, segundo Christopher Wheeler, analista do Mediobanca. “Mas eles ainda não têm capital suficiente, e há ainda uma série de incertezas”.
“Enquanto acabamos com os problemas referentes ao legado do banco, os lucros vão aumentar muito no futuro, e, dado que não temos onde usar esses fundos, é óbvio que o Lloyds pagará elevados dividendos as seus accionistas, tal como o fez no passado”, afirmou Horta Osório. “Na minha opinião isso irá ajudar numa futura privatização”.
O presidente do banco concluiu a entrevista afirmando que “é nosso dever e objectivo fazer o banco voltar ao normal o mais cedo possível, o que significa lucros, sem problemas de legado, para que possa pagar dividendo e regressar ao sector privado”.