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Há "luz ao fundo do túnel" para a austeridade no Reino Unido

O ministro das Finanças do Reino Unido insiste na necessidade de baixar o défice e a dívida e recusa aumentar a despesa pública, mas vê espaço para abrandar a austeridade.

11 de Março de 2018 às 17:45
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O princípio do fim da austeridade no Reino Unido pode estar para breve. A conclusão é da Bloomberg com base nas declarações do ministro das Finanças britânico, Philip Hammond, que em entrevista à BBC antecipou o que vai dizer na sua comunicação de Primavera.

 

"Há uma luz ao fundo do túnel porque estamos prestes a assistir ao começo da tendência de queda da dívida pública, depois de 17 anos seguidos de crescimento", disse o ministro da entrevista, assinalando que apesar de "este ser um momento muito importante para nós, ainda estamos no túnel".

 

Esta luz ao fundo do túnel, após sete anos de austeridade, leva o ministro das Finanças a admitir aligeirar a carga de austeridade, sendo que as decisões sobre esta matéria só serão tomadas no Outono.

 

"Temos que olhar para o que está a acontecer de forma sustentada na economia e se houver flexibilidade e espaço para fazer alguma coisa, então vamos decidir no Outono como vamos usar essa margem", acrescentou Hammond.

 

Na comunicação de Primavera, que terá lugar na terça-feira, o ministro deverá revelar em que áreas o governo está disponível para debater alterações, mas não serão anunciadas quaisquer medidas.

 

Esta potencial folga surge depois do défice orçamental ter descido para o valor mais baixo da última década, situando-se em redor das 40 mil milhões de libras. Contudo, o ministro lembra que a dívida pública persiste em níveis elevados (86% do PIB), pelo que o Reino Unido tem que ter uma "abordagem equilibrada" à despesa pública.       

 

O Governo de Theresa May tem sido alvo de pressões para aumentar a despesa pública e impulsionar a economia, uma vez que a economia está a crescer de forma ténue e a ser penalizada pelo Brexit.    

 

Hammond descartou tal possibilidade, reafirmando que o foco deve estar na redução da dívida, pelo que a folga que for encontrada será distribuída de forma equilibrada entre descida da dívida, investimento, serviços públicos e descida de impostos. "Temos que ter uma dívida mais baixa para garantir que temos que ter a capacidade de responder a um choque futuro na economia", explicou.

 

Além disso, o ministro afirmou que a comunicação de Primavera "não é um evento orçamental", pelo que não haverá lugar a anúncios sobre impostos ou despesa pública".

 

O evento terá lugar na terça-feira e, pela primeira vez em muitos anos, o ministro não levará consigo a icónica mala vermelha. O seu discurso no parlamento britânico será breve (cerca de 30 minutos) e resumir-se-á ao anúncio de perspectivas macro-económicas, além das áreas onde há folga orçamental para aliviar a austeridade.    

 

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