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Europa deve duplicar investimento em Ciência na próxima década

A Europa devia duplicar o orçamento de 80 mil milhões de euros para a ciência nos próximos dez anos, defendeu hoje o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, apoiado nas conclusões de um grupo de trabalho independente.

Pedro Elias
05 de Julho de 2017 às 11:50
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Em declarações à agência Lusa à margem de um debate no congresso Ciência '17, que termina hoje em Lisboa, Carlos Moedas afirmou que a "duplicação do orçamento para a ciência a nível europeu é algo que os chefes de Estado e de Governo devem discutir".

"A União Europeia continua a ser excelente na ciência fundamental mas depois não consegue traduzi-la em produtos, empresas e postos de trabalho", o que só se consegue "com mais investimento, não só público como privado", afirmou.

Carlos Moedas indicou que a Europa está "numa maratona mundial" em que concorre com países como a China, Coreia do Sul ou Estados Unidos, e já é líder mundial em áreas que podem criar muitos empregos, como as energias renováveis, em que 40% das patentes são europeias.

No relatório do grupo coordenado pelo ex-director da Organização Mundial do Comércio Pascal Lamy, defende-se que o ideal seria aumentar o orçamento de 80 mil milhões para entre 120 mil milhões e 160 mil milhões.

"É uma proposta de um grupo independente, o Parlamento Europeu também está a apontar para números dessa ordem, mas estamos num mundo em crise, vamos ter que enfrentar a realidade", afirmou Carlos Moedas.

O comissário europeu salientou que "sem ciência e inovação, de certeza que não se vai criar mais emprego ou ter mais crescimento".

Até 2020, ainda há 30 mil milhões de euros para gastar do orçamento definido na União Europeia, mas o aumento reflectir-se-ia para além disso, no plano a sete anos que venha ser programado.

Carlos Moedas salientou que deve continuar a aposta na ciência fundamental, que não se sabe se "vai ter aplicação daqui a 10, 50 ou 100 anos, mas vai seguramente tê-la".

No relatório definem-se vários princípios que devem guiar a política científica e recomenda-se que se escolham missões específicas, com perguntas ou objectivos cuja resposta ainda se desconhece.

Encontrar uma cura para a doença de Alzheimer ou criar uma nova geração de baterias que permita à Europa acabar com as emissões de dióxido de carbono são hipóteses de missões deste tipo, que devem juntar investigações que estão hoje "dispersas e perdidas", e ajudar a "ligar a ciência aos cidadãos", afirmou.
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