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Eslováquia pede que se acabe com as "aventuras" dos referendos na UE

O primeiro-ministro eslovaco instou os restantes líderes europeus a acabarem de vez com as "aventuras" dos referendos sobre questões internas, com Robert Fico a considerar que os mesmos acabam por representar ameaças para a UE e o euro.

Reuters
02 de Janeiro de 2017 às 17:21
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"Peço aos líderes da União Europeia (UE) para pararem com aventuras como os referendos britânico e italiano", afirmou esta segunda-feira, 2 de Janeiro, o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, defendendo que estas consultas populares, mesmo que acerca de "questões domésticas", acabam por "constituir ameaças para a UE e o euro".

 

As declarações de Fico foram realizadas no âmbito da cerimónia em que a Eslováquia passou oficialmente a presidência rotativa da UE para as mãos de Malta, que durante os próximos seis meses assegurará a liderança europeia.

 

O chefe do Governo eslovaco prosseguiu discorrendo sobre as consequências que poderão ainda advir do referendo constitucional italiano, que ao determinar uma substancial vitória do "não" às alterações constitucionais do então Executivo liderado por Matteo Renzi acabou por determinar a demissão do agora ex-primeiro-ministro transalpino.

 

Porque se "o Reino Unido não pertence à Zona Euro, a Itália tem um enorme impacto no sector da banca e no euro", insistiu Robert Fico que, citado pela agência Reuters, pergunta ainda "o que faremos se (…) houver um referendo em Itália sobre o euro e os eleitores italianos decidirem que não querem o euro?".

 

Apesar de congelada, a crise política em Itália permanece à espreita. Isto porque o Executivo de Paolo Gentiloni está no poder a prazo, só até que haja uma nova lei eleitoral capaz de consensualizar o método de eleição das duas câmaras do Parlamento transalpino (Deputados e Senado).

 

E perante a expectativa de novas eleições possivelmente ainda em 2017, é real a possibilidade de o partido anti-sistema Movimento 5 Estrelas conquistar o poder, o que a acontecer poderá determinar um a realização de um referendo à continuação do país na Zona Euro, uma promessa da força liderada por Beppe Grillo.

 

As declarações hoje feitas pelo líder eslovaco não podem ser também dissociadas dos actos eleitorais que terão lugar este ano na Europa. Nomeadamente na Holanda, França e Alemanha, países em que se assiste ao crescimento de forças de extrema-direita que, entre outros aspectos, partilham sentimentos eurocépticos.

 

Também na Eslováquia se assiste a uma tendência semelhante. Ainda recentemente a pequena força de extrema-direita Partido Popular promoveu uma petição com vista ao agendamento de um referendo popular sobre a permanência do país como membro da UE e da NATO.

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