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Cortes nas políticas agrícola e de coesão podem ser erro irreversível, diz Marcelo
O Presidente da República defendeu esta quarta-feira que o próximo quadro financeiro plurianual da União Europeia não deve cortar nas políticas agrícola e de coesão, advertindo que uma má escolha pode ser "um erro irreversível".
Marcelo Rebelo de Sousa falava durante uma conversa com o seu homólogo grego, Prokopios Pavlopoulos, sobre "As raízes e o futuro da Europa", no Palácio Presidencial, em Atenas, que foi o último ponto da sua visita de Estado à Grécia.
Na sua intervenção, em inglês, o chefe de Estado concordou que se deve "criar um Fundo Monetário Europeu" e advogou "não apenas uma União Europeia democrata, mas uma União Europeia social-democrata", que assegure que "ninguém fica para trás por causa das mudanças tecnológicas e científicas".
Por outro lado, alertou para "sinais preocupantes de crise em vários sistemas políticos nacionais" no espaço europeu, observando: "Eu não vejo como ter líderes europeus fortes com líderes nacionais fracos. Os líderes europeus não caem do céu, são resultado das vidas nos sistemas políticos nacionais".
Sobre o próximo quadro financeiro da União Europeia, o Presidente da República afirmou que é preciso "ter a coragem de ser ambicioso no debate difícil sobre o próximo quadro financeiro plurianual", tendo como preocupação "a real convergência social e económica entre todos os Estados-membros".
Há que "discutir o orçamento" com o objectivo de "não aceitar cortes na política agrícola comum e na política de coesão", acrescentou. No seu entender, "tem de se ser firme", porque está em causa "a justiça social na relação entre Estados-membros e na visão de toda a União" e será "uma discussão dura, mas vital".
Marcelo Rebelo de Sousa dramatizou a relevância deste processo: "Ao discutir este quadro financeiro para os próximos sete anos após 2021, estamos a reparar as condições de vida dos nossos filhos e netos, por toda a Europa. Uma escolha bem feita faz a diferença, uma má escolha significa um erro irreversível para a União Europeia".
A seguir, em declarações aos jornalistas, o Presidente da República reiterou esta posição em "defesa de um orçamento [europeu] que não corte dinheiro para a política agrícola e para a coesão", referindo que isso é importante para Portugal e para a Grécia.