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Comissão Europeia quer acabar com plástico descartável até 2030

Bruxelas quer declarar guerra contra os desperdícios de plástico e pretende acabar com o plástico descartável até 2030. O objectivo é que até essa data todo o tipo de embalagens e empacotamento seja feito com recurso a materiais reutilizáveis ou recicláveis.

Bruno Simão
16 de Janeiro de 2018 às 17:28
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A Comissão Europeia definiu hoje 2030 como a data-limite para acabar com as embalagens de plástico descartáveis na União Europeia, mudando para plástico reciclável e reutilizável e limitando o uso de microplásticos.

Na estratégia europeia para os plásticos, salienta-se que há "uma razão económica de peso" para seguir esse caminho e que a Europa deve estar na vanguarda da reciclagem e reutilização de materiais, criando "novas oportunidades de investimento e novos postos de trabalho" numa indústria que emprega 1,5 milhões de pessoas e move 340 mil milhões de euros.

A Comissão quer tornar a reciclagem mais rentável para as empresas e defende que a União Europeia deve fazer novas normas para embalagens, tornando o plástico utilizado mais reciclável, aumentando e melhorando a recolha para poupar "cerca de cem euros por cada tonelada de resíduos recolhida".

A criação de 200 mil empregos no sector de triagem e reciclagem é outra das metas que deve ser alcançada até 2030.

Na legislação europeia deverão também ser visadas outras fontes de plástico descartáveis, como as artes de pesca.

"A Comissão tomará igualmente medidas para restringir a utilização de microplásticos nos produtos e fixará rótulos para os plásticos biodegradáveis e compostáveis", refere-se na nova estratégia.

A deposição de lixo no mar será proibida, com novas normas a aplicar nos portos e nos navios, para que não se deixem resíduos para trás, acompanhadas de "medidas para reduzir os encargos administrativos dos portos, navios e autoridades competentes".

Destinam-se 100 milhões de euros adicionais para financiar "a criação de materiais plásticos mais inteligentes e mais recicláveis, o aumento da eficiência do processo de reciclagem e o rastreio e eliminação de substâncias perigosas e contaminantes de plásticos reciclados".

"Se não mudarmos a forma como produzimos e utilizamos os objectos de plástico, em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos nossos oceanos", argumentou o responsável pelo desenvolvimento sustentável e vice-presidente da Comissão, Frans Timmermans.

Anualmente, os europeus geram 25 milhões de toneladas de resíduos de plástico, "das quais menos de 30 por cento são recolhidas", enquanto "85% do lixo encontrado nas praias de todo o mundo" é plástico.
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