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Centeno vê "enorme potencial da Grécia" e dá Portugal como exemplo
Centeno deu Portugal como exemplo, pois o país continuou a implementar reformas relevantes depois da saída da troika.
O processo de ajustamento da economia grega, que tem oito anos, "foi muito longo" e "poderia ter dado resultados mais cedo", afirmou Mário Centeno em entrevista à agência de notícias grega ANA. Desde que, nos últimos anos, Atenas assumiu a propriedade das medidas a tomar, "ganhou a confiança dos investidores e dos parceiros europeus".
Esta diferença "também ajuda a explicar a recuperação do crescimento. Espero que esta tendência permaneça porque quero que a Grécia continue a prosperar. Vejo enorme potencial na Grécia", afirmou o presidente do Eurogrupo.
Assinalando que o processo de ajustamento teve um efeito muito marcado na economia grega e sobretudo nas pessoas, Centeno destacou que a Grécia "é hoje um país diferente" depois das reformas efectuadas em quase todos os sectores.
Sobre a implementação do actual programa, Centeno diz que está a trabalhar com as autoridades gregas para que possa ser completado "com sucesso", e que é o Governo grego que tem que "assumir o leme" no período pós-programa.
Está prevista a conclusão do programa em Agosto de 2018, sendo que Atenas "está pronta para caminhar pelo próprio pé" e a tomar medidas para se "proteger de eventos inesperados nos mercados".
Afirmando que a saída do programa é um processo gradual e não automático, Centeno adverte que a Grécia continua vulnerável a choque domésticos e externos e lembra que o Eurogrupo já concordou em tomar medidas para aliviar a dívida grega caso sejam cumpridos os compromissos assumidos no âmbito do programa.
Centeno deu Portugal como exemplo, pois o país continuou a implementar reformas relevantes depois da saída da troika, citando o caso da banca, "que não tinha sido devidamente acautelado durante o programa".
Ainda sobre a saída de Portugal do processo de ajustamento, Centeno afirmou que o Governo português conseguiu responder às exigências das pessoas com um crescimento económico mais inclusivo e justiça social. "Mas fizemos isso respeitando as regras europeias e os acordos" com as autoridades", acrescentou.