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Adiar o Brexit? “Quanto tempo e para quê”, pergunta Barnier

O chefe da equipa europeia para as negociações de saída do Reino Unido da União Europeia não se quis alongar sobre a hipótese de adiar a data do Brexit.

Lusa
17 de Janeiro de 2019 às 11:14
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"A questão que se pode colocar é quanto tempo, e para quê. Mas por enquanto a questão ainda não foi colocada" pela primeira-ministra Theresa May, disse Michel Barnier esta quinta-feira, numa audição no parlamento português, em Lisboa. O chefe da equipa europeia para as negociações do Brexit não colocou a hipótese de lado, mas reforçou que não vai ceder a pedidos dos britânicos que coloquem em causa a força da União Europeia.

Ontem, a imprensa internacional dava conta de que os líderes europeus estão a debater a possibilidade de adiar a data do Brexit, caso o Reino Unido apresente o pedido. A decisão tem de ser tomada de forma unânime. Por enquanto, França e Alemanha sinalizaram a disponibilidade para aceitar um eventual pedido. Portugal e Irlanda já disseram abertamente que não se vão opor.

"O mercado único não é um supermercado, é um ecossistema", frisou o responsável que tem procurado um entendimento de saída do Reino Unido da União Europeia ao longo dos últimos 18 meses. Nesse ecossistema de 500 milhões de cidadãos, explicou, "todos temos as mesmas normas, os mesmos padrões, uma supervisão comum de serviços financeiros, uma regulação comum e por cima de tudo isso uma jurisdição comum". Por isso, "é muito mais do que uma zona de livre comércio", concluiu.

Michel Barnier sublinhou que a razão pela qual os europeus são respeitados "pelos chineses ou pelos americanos é esta" e que por isso a União Europeia não se pode desfazer disso, porque essa é a sua "base".

O negociador europeu argumentou ainda que no mundo atual os países são mais fortes juntos, e lembrou que as previsões apontam para que em 2050 só a Alemanha, como país europeu considerado isoladamente, continuará a fazer parte do G8.

"Estamos prontos a cooperar para encontrar a melhor saída possível, mas não podemos desfazer o que somos quando os britânicos saem", reforçou, exemplificando com o facto de o Reino Unido querer passar a respeitar apenas uma parte das normas que regulam os produtos, colocando em causa os consumidores europeus e a indústria europeia.

Sobre a liberdade de permanência e de circulação, Barnier reconheceu a intenção do Reino Unido de dar direitos aos europeus que já estão em território britânico. Contudo, avisou: "Após o Brexit a situação será muito diferente. Será a nova política de imigração do Reino Unido em relação aos países terceiros. Passaremos a ser tratados como países terceiros."

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