Notícia
Um milhar de marinheiros retidos em portos da Ucrânia, diz ONU
Duas agências especializadas da ONU apelaram esta sexta-feira para uma ação urgente de ajuda a cerca de um milhar de marinheiros que se encontram retidos nas águas e nos portos ucranianos desde a invasão russa da Ucrânia.
08 de Abril de 2022 às 23:34
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM), mais de cem navios mercantes estão impedidos de abandonar os portos da Ucrânia e as águas territoriais vizinhas.
Os dirigentes destas duas organizações endereçaram uma carta conjunta aos responsáveis do Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) para lhes comunicar a sua preocupação quanto ao destino daqueles marinheiros.
A missiva pede ao ACNUR, CICV e MSF que "tomem medidas urgentes" para ajudar a reabastecer os navios em causa para responder às necessidades vitais dos marinheiros que se encontram a bordo.
Segundo a OIM, não menos de 1.000 marinheiros estão assim encurralados, nomeadamente na cidade cercada de Mariupol e em navios no mar de Azov.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou já a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,3 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 44.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 1.626 mortos, incluindo 132 crianças, e 2.267 feridos entre a população civil.