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Ucrânia: Macron convoca líderes europeus para reunião de emergência

Presidente francês pôs em marcha encontro para debater a segurança. Encontro surge como resposta ao discurso de JD Vance em Munique e quando os EUA se preparam para reunir com a Rússia, nos próximos dias, para definir futuro da Ucrânia.

Dylan Martinez/Reuters
16 de Fevereiro de 2025 às 13:48
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O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai reunir "os principais países europeus" em Paris, esta segunda-feira, para discutirem a "segurança europeia", confirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noël Barrot.

"O Presidente da República vai reunir amanhã [segunda-feira] os principais países europeus para debater a segurança europeia", declarou Barrot à rádio France Inter, sem especificar os participantes nesta "reunião de trabalho".

Este encontro terá lugar no dia seguinte à Conferência de Segurança de Munique (Alemanha), marcada por um discurso hostil do vice-presidente norte-americano, JD Vance, contra a União Europeia, que acusou de não respeitar a "liberdade de expressão", e pela confirmação de que os americanos estavam a considerar negociações sobre a Ucrânia sem os europeus.

"Não temos lições a receber", disse Barrot à France Inter, a propósito da liberdade de expressão, acrescentando: "Temos de nos livrar dos complexos de inferioridade", "não nos deixaremos intimidar".

"Não aceitaremos interferências de qualquer tipo", enfatizou. Uma semana antes das eleições legislativas alemãs, considerou os comentários de JD Vance, criticando o cordão sanitário dos partidos políticos alemães tradicionais contra a extrema-direita AfD, como "obviamente inaceitáveis".

"Protegeremos a nossa democracia e o nosso debate público, estes são os nossos bens mais preciosos, mesmo que sejam frágeis", garantiu Barrot.

Sobre a Ucrânia, reiterou que "só os ucranianos podem decidir parar de lutar". "Nós iremos apoiá-los até que tomem essa decisão", afirmou.

Os ucranianos "nunca vão parar até terem a certeza de que a paz que lhes é oferecida será duradoura" e têm a garantia de segurança, acrescentou.

"Quem dará as garantias? Serão os europeus", repetiu Barrot, sublinhando que "sim, os europeus estarão de uma forma ou de outra envolvidos nas discussões" para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Responder ao "choque elétrico" dado pelos EUA

Antes das declarações de JD Vance em Munique, o presidente francês já tinha dito numa entrevista ao Financial Times que o regresso de Donald Trump à administração norte-americana era uma espécie de "choque elétrico" que deve forçar a Europa a assegurar o seu próprio futuro, bem como o da Ucrânia.

 

Nessa entrevista, Macron insistiu na necessidade de a Europa "reforçar" a defesa e a economia, um tema que deverá marcar o encontro desta segunda-feira, bem como abandonar algumas das regras orçamentais para aumentar o investimento.

 

"Este é o momento de a Europa acelerar e executar", afirmou ao FT, alertando para o risco de fracasso da UE. "Não tem escolha. Está a ficar sem estrada".

EUA preparam-se para reunir com a Rússia nos próximos dias

Entretanto, os EUA e a Rússia vão reunir-se na Arábia Saudita, nos próximos dias, para iniciar conversações com o objetivo de pôr fim à invasão de quase três anos de Moscovo na Ucrânia, disseram no sábado à Reuters um legislador norte-americano e uma fonte familiarizada com o processo.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, o conselheiro de segurança nacional Mike Waltz e o enviado da Casa Branca para o Médio Oriente, Steve Witkoff, viajarão entretanto para a Arábia Saudita, segundo avançou o representante dos EUA Michael McCaul à Reuters. Não ficou imediatamente claro com quem se iriam encontrar na Rússia.

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