Notícia
Jornalista russa que interrompeu telejornal demite-se de canal de televisão
A jornalista ficou conhecida quando interrompeu o noticiário mais assistido na Rússia, na noite de segunda-feira, no Primeiro Canal, exibindo um cartaz criticando a guerra na Ucrânia em plena emissão "da propaganda e mentiras do Kremlin".
17 de Março de 2022 às 22:36
A jornalista russa Marina Ovsiannikova, que se tornou num símbolo antiguerra após interromper a emissão do noticiário pró-Kremlin para denunciar a invasão na Ucrânia, deixou o canal de televisão Primeiro Canal por sua vontade, foi hoje anunciado.
"Hoje fui a Ostankino (sede do canal). Enviei todos os documentos para a minha demissão, decidida por mim", disse Marina Ovsiannikova, numa entrevista ao canal de informação francês France 24.
A jornalista russa ficou conhecida quando interrompeu o noticiário mais assistido na Rússia, na noite de segunda-feira, no Primeiro Canal (Piervy Canal, em russo), exibindo um cartaz criticando a guerra na Ucrânia em plena emissão "da propaganda e mentiras do Kremlin".
Marina Ovsiannikova explicou que queria "enviar uma mensagem forte para dizer que os russos são contra a guerra" e que não devem "confiar na propaganda" e no que se "diz na TV [televisão]" e que necessário "fazer a distinção entre a mentira e a verdade".
"Estou com medo, é claro, mas não penso que não faço parte da ralé", defendeu, após ser questionada sobre o discurso do Kremlin contra ativistas antiguerra na Rússia.
De acordo com o Kremlin, o conflito na Ucrânia revela quem são os "traidores". "Alguns demitem-se, alguns deixam o país. É uma purificação", disse hoje o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.
Para jornalista ativista, "as pessoas que saem às ruas para protestar não são traidoras, são cidadãos. "A sociedade russa está dividida. Parte, talvez metade, é contra a guerra e metade apoia o presidente Putin", disse.
Com dois filhos, Marina Ovsiannikova, de 43 anos, também recusou a oferta de asilo do Presidente francês, Emmanuel Macron, porque não "quer deixar" o seu país.
"Não quero deixar o nosso país. Sou patriota, o meu filho é ainda mais", observou, numa entrevista à revista alemã Der Spiegel transmitida na noite de quarta-feira.
Após ter sido detida, a jornalista foi condenada a uma multa simples e libertada.
No entanto, Marina Ovsiannikova ainda enfrenta processos criminais puníveis com pesadas penas de prisão, sob os termos de uma lei recente que reprime qualquer "informação falsa" sobre o Exército russo.
"Hoje fui a Ostankino (sede do canal). Enviei todos os documentos para a minha demissão, decidida por mim", disse Marina Ovsiannikova, numa entrevista ao canal de informação francês France 24.
Marina Ovsiannikova explicou que queria "enviar uma mensagem forte para dizer que os russos são contra a guerra" e que não devem "confiar na propaganda" e no que se "diz na TV [televisão]" e que necessário "fazer a distinção entre a mentira e a verdade".
"Estou com medo, é claro, mas não penso que não faço parte da ralé", defendeu, após ser questionada sobre o discurso do Kremlin contra ativistas antiguerra na Rússia.
De acordo com o Kremlin, o conflito na Ucrânia revela quem são os "traidores". "Alguns demitem-se, alguns deixam o país. É uma purificação", disse hoje o porta-voz da Presidência russa, Dmitry Peskov.
Para jornalista ativista, "as pessoas que saem às ruas para protestar não são traidoras, são cidadãos. "A sociedade russa está dividida. Parte, talvez metade, é contra a guerra e metade apoia o presidente Putin", disse.
Com dois filhos, Marina Ovsiannikova, de 43 anos, também recusou a oferta de asilo do Presidente francês, Emmanuel Macron, porque não "quer deixar" o seu país.
"Não quero deixar o nosso país. Sou patriota, o meu filho é ainda mais", observou, numa entrevista à revista alemã Der Spiegel transmitida na noite de quarta-feira.
Após ter sido detida, a jornalista foi condenada a uma multa simples e libertada.
No entanto, Marina Ovsiannikova ainda enfrenta processos criminais puníveis com pesadas penas de prisão, sob os termos de uma lei recente que reprime qualquer "informação falsa" sobre o Exército russo.