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Governo diz que apoio financeiro a Kiev será “cumprido na plenitude”, mas sem explicar como

Ministro dos Negócios Estrangeiros assegura que o compromisso assumido pelo primeiro-ministro de um apoio financeiro de 250 milhões vai ser cumprido. “Palavra dada é palavra para cumprir”, afirmou João Gomes Cravinho, afirmando que a ajuda nesta dimensão tem sido “bastante extensa e generosa”.

José Sena Goulão/Lusa
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O Governo garantiu esta sexta-feira que o apoio financeiro prometido em maio do ano passado à Ucrânia vai ser cumprido, mas não explica os termos em que essa ajuda vai ser canalizada para Kiev.

"Em relação aos apoios que foram anunciados ao longo deste ano, há uma questão muito simples que se pode aqui sublinhar: palavra dada é uma palavra para cumprir", assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, no debate no Parlamento que assinala um ano da invasão russa da Ucrânia.

O chefe da diplomacia portuguesa acrescentou que "a palavra do primeiro-ministro sobre o apoio financeiro à Ucrânia, é uma palavra que será naturalmente cumprida na sua plenitude", depois de questionado pelo líder do Chega, André Ventura, citando a notícia avançada pelo Negócios.


Em causa está um apoio prometido por Portugal de 250 milhões de euros, e que resultou de um memorando assinado no dia 21 de maio do ano passado, aquando da visita do primeiro-ministro a Kiev.


"A nossa solidariedade tem quatro dimensões claras", indicou Gomes Cravinho, apontando a "humanitária; a politica (através da ONU); a financeira que fiz uma referência breve, mas tem sido bastante extensa e generosa e também a dimensão militar", enunciou.

Em maio, o primeiro-ministro, assinou com o governo ucraniano um memorando para a assistência financeira, anunciando então um auxílio "muito volumoso" destinado a suportar as necessidades orçamentais do país invadido pela Rússia.

Desse montante, 100 milhões seriam transferidos ainda em 2022 "através de uma conta da Ucrânia no Fundo Monetário Internacional ou por outros canais que a União Europeia venha a abrir para financiamento direto", e os restantes 150 milhões de euros seriam "transferidos para o Estado ucraniano ao longo dos três próximos anos", ou seja, de 2023 a 2026.

Também o governo ucraniano antecipava nessa data a chegada de 100 milhões de euros em 2022. "Os fundos serão entregues sobretudo através do Fundo Monetário Internacional", explicava em comunicado. "Além disso, é possível envolver outros Estados-membros e instituições multilaterais", juntava.

Porém, os dados compilados até aqui pelo Ministério das Finanças da Ucrânia, assim como aqueles que são recolhidos em levantamentos internacionais sobre as ajudas ao país, continuam a não mostrar a chegada a território ucraniano de qualquer valor de Portugal. E os montantes, apesar de terem vindo a figurar no bolo de mais de 64 mil milhões de euros de ajudas financeiras internacionais a Kiev, já não deverão chegar.

Questionado pelo Negócios, o Ministério das Finanças português indica que, ao contrário do que sugeriram as comunicações dos governos de Lisboa e Kiev, não haverá qualquer ajuda financeira bilateral.

"O compromisso assumido por Portugal pode ser realizado através de instrumentos de cooperação bilateral ou por outros canais que a União Europeia venha a abrir para financiamento", explica primeiro.


(Notícia atualizada às 11:10 com mais informação)

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