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"Eles começaram a guerra". Putin culpa países do Ocidente pelo conflito na Ucrânia

O presidente da Rússia dirige-se ao país no primeiro grande discurso em dois anos, no qual faz um balanço do conflito armado, que dura há um ano. Prometeu que irá alcançar os objetivos.

21 de Fevereiro de 2023 às 10:01
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O presidente da Rússia acusa os países do Ocidente de terem começado a guerra na Ucrânia. Vladimir Putin dirigiu-se na manhã desta terça-feira ao Parlamento russo para fazer um balanço daquilo a que chama "operação militar especial" e o impacto que está a ter para a economia do país.

"Eles começaram a guerra e nós usámos a força para a parar", afirmou Putin, acusando a Ucrânia de ter provocado Moscovo ao reforçar a presença militar na fronteira com a Rússia. "Gostaria de repetir: eles começaram a guerra", sublinhou sobre o conflito que irá completar, na sexta-feira, um ano.

O discurso do Estado da Nação perante as duas câmaras do Parlamento é o primeiro em dois anos e coincide com a data em que Vladimir Putin reconheceu a independência de Lugansk e de Donetsk. No mesmo dia, 21 de fevereiro de 2022, ordenou a mobilização do Exército russo para a "manutenção da paz" nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

"Fizemos tudo o que seria possível para resolver o problema de forma pacífica. Somos pacientes nas negociações para pôr fim a este terrível conflito. No entanto, está a ser preparado, nas nossas costas, um cenário completamente diferente", alegou o líder russo.


Sanções só estão a castigar Ocidente

A guerra levou União Europeia e Estados Unidos a avançarem com uma vaga inédita de sanções económicas e financeiras contra a Rússia. Mas Putin garante que a estratégia não está a ter sucesso - nem virá a ter no futuro, garante - e, pelo contrário, até está é a penalizar os países do ocidente.

"Os iniciadores destas sanções estão a castigar-se a si mesmos. Provocaram um crescimento dos preços nos seus próprios países, fecho de fábricas, colapso do setor energético. E dizem aos seus cidadãos que os russos são os culpados", disse, acrescentando que as sanções são uma via para destabilizar a sociedade russa.

Criticou ainda os oligarcas sancionados, rotulando-os de traidores do Estado russo. Afirmou que os empresários de topo estão agora a pagar o preço por terem tirado proveito da influência ocidental e da liberalização dos mercados financeiros após a queda da União Soviética para transferir riqueza para fora do país.

"Em vez de criarem empregos aqui, esse capital foi gasto a comprar imóveis de luxo e iates", disse. "Alguns vieram para a Rússia, mas a primeira vaga foi gasta no consumo de produtos ocidentais", atirou.

Rússia suspende tratado nuclear
O líder russo diz-se assim obrigado a retirar o país do tratado com os Estados Unidos que limita o arsenal nuclear de ambos os países. "Sou forçado a anunciar hoje que a Rússia vai suspender a participação no tratado de ofensiva estratégica", o New START.

Vladimir Putin considera que o Ocidente quer impor uma derrota estratégica para acabar com a Rússia "de uma vez por todas", defendeu, garantindo que, apesar do momento "difícil", o país irá alcançar "passo a passo" os seus objetivos na Ucrânia.

"Para garantir a segurança do nosso país, para eliminar a ameaça representada pelo regime neonazi que surgiu na Ucrânia após o golpe de 2014, foi decidido realizar uma operação militar especial. Passo a passo, com cuidado e consistentemente, alcançaremos as tarefas que estamos enfrentando", disse Putin.

O presidente da Rússia usou o discurso para anunciar igualmente a criação de um fundo para ajudar veteranos e famílias de soldados feridos ou mortos em combate. O fundo (cujo valor não foi divulgado) irá contribuir para dar "apoio social, médico e psicológico".

(Notícia atualizada às 11:20)

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