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Draghi lamenta ineficácia do diálogo com Putin
A UE fez bem em tentar o diálogo com Putin, mas o primeiro-ministro italiano defende que não tem servido de nada. Draghi considera ainda que a proposta de teto no preço do gás está a ganhar apoio na UE.
17 de Abril de 2022 às 11:27
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, lamentou a aparente ineficácia do "diálogo" com Vladimir Putin, observando que todas as vias possíveis de diálogo não impediram que o "horror" continuasse na Ucrânia.
"Estou a começar a pensar que aqueles que dizem 'é inútil falar com ele [Putin], está apenas a perder tempo', estão certos", disse Draghi, numa entrevista hoje ao jornal italiano "Il Corriere della Sera", na sua primeira entrevista desde que assumiu funções em fevereiro.
"Sempre defendi Macron e continuo argumentando que, como atual presidente da União Europeia, ele [Macron] está certo em tentar todas as vias possíveis de diálogo. Mas tenho a impressão de que o horror da guerra com a sua carnificina, com o que fizeram com crianças e mulheres, é completamente independente das palavras e telefonemas feitos" entre o Kremlin e as potências estrangeiras, acrescentou.
"Até agora, o objetivo de Putin não era a busca da paz, mas a tentativa de aniquilar a resistência ucraniana, ocupar o país e entregá-lo a um Governo amigo", insistiu Mario Draghi, assegurando que Itália permaneceu "próxima" dos seus "amigos ucranianos".
Admitindo ter acreditado, no início do conflito, que uma "vitória rápida para a Rússia era provável", o primeiro-ministro italiano destacou a "heroica resistência ucraniana" e defendeu esperar-se "uma guerra de resistência, de violência prolongada com destruição que continuará" pois "não há indicação de que o povo ucraniano possa aceitar a ocupação russa".
As declarações de Mario Draghi ao jornal diário italiano acontecem quando Itália anunciou a reabertura, na segunda-feira, a sua embaixada em Kiev.
Sobre o conflito na Ucrânia após a invasão da Rússia, Draghi estimou esperar-se "uma guerra de resistência" e "violência prolongada com destruição que continuará porque não há sinais de que o povo ucraniano possa aceitar a ocupação russa".
Quanto ao pedido de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, que a Rússia já assumiu escalar a tensão, o primeiro-ministro italiano lembrou que "uma das pedras angulares do conflito é a afirmação de todos os líderes da NATO, começando pelo presidente dos EUA, Joe Biden, de que não haverá participação direta da Aliança" no conflito, e disse entender os motivos que levam os dois países a solicitar a adesão à Aliança Atlântica.
Em relação ao tom usado por Joe Biden acerca da ofensiva militar lançada pela Rússia sobre a Ucrânia, Draghi esclareceu: "Entendo que termos como genocídio ou crimes de guerra [ditos por Biden] têm um significado jurídico preciso. Haverá uma maneira e um tempo para verificar quais as palavras que melhor se encaixam nos atos desumanos do exército russo".
O primeiro-ministro italiano, na entrevista, defendeu que a proposta de teto no preço do gás está a ganhar apoio na União Europeia e será analisada no próximo Conselho Europeu, assegurando que constitui um reforço das sanções à Rússia.
"O poder de mercado que a União Europeia tem sobre Moscovo é uma arma. Um teto no preço do gás reduz o financiamento que damos à Rússia todos os dias", disse na entrevista, defendendo que as sanções à Rússia estão a funcionar porque "os próprios russos o admitem quando dizem que não podem mais pagar os títulos vencíveis porque uma parte significativa das suas reservas cambiais está congelada", significando isso, segundo ele, que "estão caminhando para falência".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou quase dois mil civis segundo dados da ONU, e foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e sanções económicas e políticas.
"Estou a começar a pensar que aqueles que dizem 'é inútil falar com ele [Putin], está apenas a perder tempo', estão certos", disse Draghi, numa entrevista hoje ao jornal italiano "Il Corriere della Sera", na sua primeira entrevista desde que assumiu funções em fevereiro.
"Até agora, o objetivo de Putin não era a busca da paz, mas a tentativa de aniquilar a resistência ucraniana, ocupar o país e entregá-lo a um Governo amigo", insistiu Mario Draghi, assegurando que Itália permaneceu "próxima" dos seus "amigos ucranianos".
Admitindo ter acreditado, no início do conflito, que uma "vitória rápida para a Rússia era provável", o primeiro-ministro italiano destacou a "heroica resistência ucraniana" e defendeu esperar-se "uma guerra de resistência, de violência prolongada com destruição que continuará" pois "não há indicação de que o povo ucraniano possa aceitar a ocupação russa".
As declarações de Mario Draghi ao jornal diário italiano acontecem quando Itália anunciou a reabertura, na segunda-feira, a sua embaixada em Kiev.
Sobre o conflito na Ucrânia após a invasão da Rússia, Draghi estimou esperar-se "uma guerra de resistência" e "violência prolongada com destruição que continuará porque não há sinais de que o povo ucraniano possa aceitar a ocupação russa".
Quanto ao pedido de adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, que a Rússia já assumiu escalar a tensão, o primeiro-ministro italiano lembrou que "uma das pedras angulares do conflito é a afirmação de todos os líderes da NATO, começando pelo presidente dos EUA, Joe Biden, de que não haverá participação direta da Aliança" no conflito, e disse entender os motivos que levam os dois países a solicitar a adesão à Aliança Atlântica.
Em relação ao tom usado por Joe Biden acerca da ofensiva militar lançada pela Rússia sobre a Ucrânia, Draghi esclareceu: "Entendo que termos como genocídio ou crimes de guerra [ditos por Biden] têm um significado jurídico preciso. Haverá uma maneira e um tempo para verificar quais as palavras que melhor se encaixam nos atos desumanos do exército russo".
O primeiro-ministro italiano, na entrevista, defendeu que a proposta de teto no preço do gás está a ganhar apoio na União Europeia e será analisada no próximo Conselho Europeu, assegurando que constitui um reforço das sanções à Rússia.
"O poder de mercado que a União Europeia tem sobre Moscovo é uma arma. Um teto no preço do gás reduz o financiamento que damos à Rússia todos os dias", disse na entrevista, defendendo que as sanções à Rússia estão a funcionar porque "os próprios russos o admitem quando dizem que não podem mais pagar os títulos vencíveis porque uma parte significativa das suas reservas cambiais está congelada", significando isso, segundo ele, que "estão caminhando para falência".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou quase dois mil civis segundo dados da ONU, e foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e sanções económicas e políticas.