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Ucrânia corre risco de perder apoio do FMI devido a lentidão na adopção de reformas
As autoridades ucranianas estão a enfrentar dificuldades para assegurar novos apoios financeiros do FMI uma vez terminado o programa de assistência financeira em curso e que expira em Março do próximo ano.
A Ucrânia corre o risco de perder acesso a novos financiamentos da parte do Fundo Monetário Internacional devido à já tradicional lentidão na adopção das reformas económicas e administrativas exigidas pela instituição liderada por Christine Lagarde.
Numa fase em que se aproxima o final do programa de assistência do FMI no valor de 17,5 mil milhões de dólares, que termina em Março de 2019, Kiev poderá ficar sem capacidade para garantir financiamento autónomo nos mercados, um problema agravado pelos crescentes custos associados ao serviço da dívida ucraniana que, por sua vez, atingem o pico no período compreendido entre 2018 e 2020.
Até ao momento, chegaram à Ucrânia apenas 8,7 mil milhões dos 17,5 mil milhões disponíveis.
O FMI identifica um conjunto de atrasos significativos na implementação das reformas recomendadas, tais como a proposta de subida do preço do gás e a exigência de descida do défice orçamental, o que levou a que Kiev não tem há recebido novos meios financeiros desde Abril do ano passado. O programa acordado com o FMI estipula que Kiev tenha de garantir um défice não superior a 2,5% do produto interno bruto (PIB).
Ainda assim, o governo ucraniano assegura que as conversações com o Fundo seguem a bom ritmo. E já esta quarta-feira, 1 de Agosto, o Ministério das Finanças da Ucrânia divulgou um conjunto de dados económicos com os quais tenta mostrar uma evolução favorável da economia ucraniana e "dentro dos limites" planeados: a receita orçamental cresceu 14% no primeiro semestre enquanto a despesa subiu 25%.
Desde que, em 1994, acordou a primeira ajuda financeira com o FMI, a Ucrânia já recebeu em torno de 31,5 mil milhões de dólares da instituição sediada nos Estados Unidos.