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Primeiro-ministro checo anuncia demissão após acusar ministro das Finanças de fuga ao fisco

O chefe do Executivo checo anunciou que ainda esta semana entregará ao presidente do país um pedido de demissão do Governo por si liderado, numa altura em que falta apenas seis meses para as eleições legislativas. Demissão surge após o primeiro-ministro ter acusado o seu ministro das Finanças de "truques fiscais" para constituir riqueza.

Sobotka (à direita na foto) acusa o seu ministro das Finanças de fuga ao fisco Reuters
02 de Maio de 2017 às 14:42
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Foi com um misto de surpresa e incredulidade que os media internacionais receberam esta terça-feira, 2 de Maio, a notícia de que o primeiro-ministro da República Checa, Bohuslav Sobotka, vai apresentar ainda esta semana a demissão do seu Governo ao presidente do país, Milos Zeman.

 

Este anúncio acontece a cerca de seis meses das legislativas previstas para Outubro e deverá forçar a actual coligação governativa, composta por três partidos, a chegarem a acordo sobre a formação de um novo Executivo que governe até às eleições ou sobre o antecipar do dito dito acto eleitoral.

 

Em conferência de imprensa realizada ao final desta manhã, em Praga, o ainda chefe de Governo disse aos jornalistas que "não posso continuar a suportar a responsabilidade como primeiro-ministro numa situação destas", pelo que anunciou que "estou a adoptar a única solução razoável que agora existe e que passa pela demissão do Governo".

 

Esta decisão surge na semana seguinte a uma troca azeda de palavras e acusações entre o primeiro-ministro Sobotka, que é também líder do Partido Social Democrata Checo, e o seu ministro das Finanças, o multimilionário Andrej Babiš que é líder do partido considerado populista ANO 2011 (Acção dos Cidadãos Insatisfeitos).

 

Na semana passada, Sobotka acusou aquele que é um dos homens mais ricos da República Checa de ter enriquecido através de "truques fiscais ou mesmo da evasão fiscal". Sobotka instou mesmo o seu ministro a explicar à opinião pública os seus negócios, alegando que Babiš tirou partido de vazios legais para emitir obrigações isentas de impostos.

 

O multimilionário Andrej Babiš rejeitou desde logo as acusações, admitindo que a intenção do primeiro-ministro passaria por demiti-lo e avisando que não sairia do Governo pelo seu próprio pé.

 

Esta sequência de eventos, a meio ano das legislativas, assinala a tendência da República Checa para a instabilidade política, um país que em 10 anos teve seis governos distintos. Nesta altura, o ANO 2011 de Babiš segue à frente nas sondagens, beneficiando de uma vantagem de dois dígitos sobre os social-democratas que foram a força mais votada nas legislativas de 2013.

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