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Parlamento da Ucrânia chumba moção de censura ao Governo
O parlamento da Ucrânia chumbou esta terça-feira uma moção de censura apresentada por três partidos da oposição contra o Governo de Mykola Azarov.
A moção obteve 186 votos e necessitava de 226 para ser aprovada. Os deputados do partido no poder, o Partido das Regiões, abstiveram-se.
O Partido Comunista apresentou uma outra moção de censura, que será discutida mais tarde. O líder do partido Batkivshina (Pátria), Arseni Iatseniuk, um dos proponentes da moção chumbada, anunciou o seu apoio à moção comunista.
No debate que antecedeu a votação, Mykola Azarov (na foto à direita) prometeu uma remodelação do Governo e pediu desculpa pela violência policial na repressão das
manifestações que há vários dias contestam a recusa do Executivo em assinar um acordo de associação com a União Europeia.
"Posso garantir aos deputados uma coisa: vou tirar conclusões claras do que aconteceu e fazer mudanças sérias no Governo", disse Mykola Azarov.
"Em nome do Governo quero pedir desculpa pela acção das forças de segurança em Maidan (Praça da Independência). O presidente e o Governo lamentam-nas profundamente", acrescentou o primeiro-ministro ucraniano.
No debate, Azarov recusou as acusações da oposição de que "vendeu" a Ucrânia à Rússia, afirmando que "quem vendeu o país à Rússia foi quem assinou em 2009 os onerosos contratos de gás", referindo-se ao governo da antiga primeira-ministra e dirigente opositora Iulia Timochenko.
Os protestos contra a decisão do Governo da Ucrânia de abandonar os planos para um acordo político e comercial com a União Europeia deram origem às maiores manifestações na ex-república soviética desde a Revolução Laranja de 2004.
No domingo, mais de 30 manifestantes ficaram feridos quando a polícia usou gás lacrimogéneo e bastões para dispersar centenas de ucranianos na Praça da Independência, no centro de Kiev.
A repressão policial fez com que mais de 100 mil pessoas se dirigissem à praça para se manifestar, um protesto que degenerou em violência.