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Parlamento cipriota chumba lei para privatizar empresas públicas

O Parlamento cipriota rejeitou esta quinta-feira a lei sobre privatizações de empresas públicas, um dos requisitos exigidos pela 'troika' de credores em troca de um quarto pacote de ajuda financeira ao país.

27º Chipre
27 de Fevereiro de 2014 às 21:20
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A lei foi chumbada depois do voto contra de 25 deputados e de outros cinco terem optado pela abstenção.

 

Entre os deputados que votaram contra ou que se abstiveram figuram cinco dos oito parlamentares centristas do DIKO, que até quarta-feira integrava a coligação do Governo e que anunciou a sua saída do executivo em protesto contra a reabertura das negociações para a reunificação da ilha empreendida pelo Presidente, Nikos Anastasiadis.

 

Em princípio, o chumbo da lei das privatizações deveria implicar o bloqueio do próximo resgate da 'troika' no valor de 236 milhões de euros.

 

Segundo os compromissos assumidos com a 'troika', Chipre tinha 5 de Março como data limite para aprovar a proposta de lei sobre as privatizações.

 

Por isso, os analistas políticos não excluem que nos próximos dias os deputados sejam chamados a rever a sua posição, após uma ronda de consultas com os sindicatos e o Governo.

 

No debate que precedeu a votação, o líder do DIKO, Nikolas Papadopulos, assegurou que o seu partido continuará a agir com "responsabilidade", apesar do custo político de ter abandonado recentemente a coligação governamental. Apesar disso, e após várias emendas ao diploma, Papadopulos e dois outros deputados do seu partido acabaram por votar favoravelmente a proposta do Governo.

 

O deputado do DIKO Aneglos Votsis justificou a abstenção de cinco dos oito membros do seu grupo parlamentar com o facto de o partido governamental DISY ter recusado cinco emendas à proposta de lei sobre privatizações.

 

Segundo Vtosis, as emendas prendiam-se com direitos dos trabalhadores e questões de segurança e defesa.

 

Por parte da oposição, o líder da comunista AKEL, Andros Kyprianu, assinalou que o seu partido "não consentirá a venda da riqueza pública" e, numa alusão à imposição do programa de reformas pela 'troika', disse que o parlamento não pode "funcionar sob ameaças".

 

Entretanto, cerca de 3.000 manifestantes concentraram-se diante do parlamento, em protesto contra a lei que, entre outras coisas, prevê a privatização da empresa pública de telecomunicações CYTA, da companhia estatal de electricidade AHK e da autoridade portuária.

 

Desde o início da semana, os sindicatos têm vindo a realizar vários protestos, um fenómeno que não se assistia em Chipre desde a adesão deste país ao programa da 'troika', no ano passado.

 

A privatização das empresas estatais é uma das condições do acordo que o Governo de Chipre assinou com a 'troika' no ano passado e que envolve o Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca, receberá uma ajuda financeira de 10 mil milhões de euros.

 

Segundo dados oficiais, Chipre necessita de arrecadar de 1.400 milhões de euros nos próximos anos através da venda de empresas públicas.

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