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Movimento de Puigdemont pede a Felipe VI para voltar ao papel de mediador

O movimento Juntos pela Catalunha do ex-presidente catalão Carles Puigdemont pediu hoje ao rei de Espanha para voltar a assumir a figura de mediador, papel que “o chefe de Estado sempre teve”, perante a actual situação política catalã.

Reuters
23 de Dezembro de 2017 às 20:58
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O apelo a Felipe VI foi avançado pelo porta-voz do movimento e deputado eleito nas eleições catalãs da passada quinta-feira, Eduard Pujol, numa conferência de imprensa realizada hoje no aeroporto de Barcelona.

Eduard Pujol e outros deputados eleitos do movimento Juntos pela Catalunha regressaram hoje de Bruxelas, onde estiveram reunidos com o ex-presidente do governo catalão (também conhecido como Generalitat) Carles Puigdemont (que viajou para a Bélgica após a destituição) para planificar a estratégia para os próximos dias, plano que se escusou a revelar.

"A intervenção de Natal do rei será a primeira desde o dia 3 de Outubro, quando decidiu dirigir-se apenas a uma parte da população da Catalunha, agora tem a oportunidade de parar de somar erros e dar uma oportunidade à necessidade de diálogo", disse Pujol.

Nesse sentido, o porta-voz pediu a Felipe VI para "voltar à figura de mediador, (papel) que sempre teve o chefe de Estado" e evitar posicionar-se do lado de uma determinada posição.

Dias depois do referendo de autodeterminação da região catalã, realizado em 01 de Outubro, o rei de Espanha, Felipe VI, acusou "determinadas autoridades" da Catalunha de "deslealdade" institucional e de terem uma "conduta irresponsável", totalmente à margem do direito e da democracia.

"Com a sua conduta irresponsável, eles [as autoridades catalãs] podem mesmo colocar em perigo a estabilidade da Catalunha e de toda a Espanha", sublinhou Felipe VI numa mensagem que foi transmitida pela televisão em 03 de Outubro.

Na altura, o monarca explicou que tinha decidido dirigir-se "directamente aos espanhóis", porque se estavam a "viver momentos muito graves para a vida democrática" do país.

Os partidos que defendem a independência da Catalunha obtiveram nas eleições autonómicas de quinta-feira uma maioria absoluta no parlamento catalão e prometem manter o desafio secessionista a Madrid.

Nas eleições, os partidos independentistas obtiveram 70 dos 135 lugares do parlamento, um número que sobe para 78 lugares se forem contabilizados os defensores de um novo referendo legal (partidos independentistas mais CatComú-Podem).

No entanto, o partido vencedor das eleições foi o Cidadãos, mas a cabeça de lista, Inés Arrimadas, admitiu que não poderá ser chefe do governo regional, considerando a "lei injusta" que "dá mais lugares a quem tem menos votos" na rua.

O escrutínio realizado nesta região autónoma de Espanha registou uma participação histórica, com mais de 81% dos cidadãos catalães a ir às urnas.

As eleições de quinta-feira foram convocadas pelo chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, no final de Outubro, no mesmo dia em que decidiu dissolver o parlamento da Catalunha e destituir o executivo regional presidido por Carles Puigdemont por ter declarado unilateralmente a independência da região.

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