O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou Michel Barnier, o antigo negociador da União Europeia para o processo do Brexit, como primeiro-ministro de França. A escolha acontece ao fim de semanas de negociação, no rescaldo das eleições. 

Michel Barnier liderou as negociações sobre a saída do Reino Unido do bloco europeu entre 2016 e 2021. Esta nomeação é vista como o primeiro passo para pôr fim ao clima de incerteza política que se vive no país desde a convocação de eleições antecipadas, em junho, após o resultado das europeias, que reforçaram a extrema-direita. As legislativas de julho resultaram numa Assembleia Nacional dividida, sem um grupo com maioria suficiente para governar sozinho.

A coligação de esquerda Nova Frente Popular, que teve mais votos, disse querer liderar o novo governo, mas Macron considerou que a candidata, Lucie
Castets, seria imediatamente afastada por uma moção de censura da oposição.

"Esta nomeação surge após um ciclo de consultas sem precendentes, em que, de acordo com o seu dever constitucional, o Presidente garantiu que o primeiro-ministro e o próximo governo reunem as condições necessárias para serem o mais estáveis possíveis e têm a oportunidade de juntar pessoas do mais vasto espectro", disse o gabinete de Macron.

O desafio mais imediato de Barnier é formar um elenco governativo que consiga estabelecer pontes ideológicas entre os blocos da esquerda, direita e centro no parlamento. O batismo de fogo do conservador será na preparação do Orçamento de 2025, que pode facilmente ser rejeitado.

Barnier, com 73 anos será o mais velho primeiro-ministro da França moderna, seguindo-se ao mais jovem, Gabriel Attal.