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Letta tenta suster nova crise política em Itália

O primeiro-ministro italiano encontrou-se esta terça-feira com Napolitano, antes deste partir para Portugal, para discutir as “escolhas” que consigam travar nova crise no Governo.

Bloomberg
11 de Fevereiro de 2014 às 15:17
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“A bateria do Governo está descarregada e devemos decidir se a recarregamos ou se a substituímos”, foi uma das expressões utilizadas por Matteo Renzi, líder do PD (Partido Democrático) e presidente da câmara de Florença, para se dirigir aos seus deputados enquanto atacava o governo liderado pelo seu companheiro de partido e primeiro-ministro Enrico Letta.

 

Foi neste clima de tensão, dentro do seu próprio partido, que Letta se reuniu ao início desta terça-feira, 11 de Fevereiro, com o Presidente da República de Itália Giorgio Napolitano, que viaja hoje para Portugal, com o objectivo de discutir as “prospectivas do Governo e as escolhas a fazer”, refere o “Corriere della Sera”. Apesar das dificuldades criadas por Renzi, eleito secretário-geral do PD em Dezembro do ano passado, Letta mostra-se confiante “no projecto de Governo que a apresentar e que receberá o apoio de todos os partidos que apoiam” o Executivo.

 

Mas no final desta segunda-feira o ainda líder da câmara de Florença tinha-se antecipado, ao reunir-se com Napolitano para explicar que não pretende deixar pelo caminho um dos seus principais cavalos de batalha, que passa pela aprovação de uma nova lei eleitoral e duma reformulação do sistema bicameral (Câmara dos Deputados e Senado) que facilite a governabilidade do país. Depois do encontro com o Presidente italiano Renzi falou aos deputados do PD e deixou a pergunta: “O Governo vai ajudar às reformas ou não?”

 

O problema neste momento reside na capacidade de Letta introduzir as reformas propostas por Renzi e que mereceram o acordo do Forza Itália, partido do ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi. A principal dificuldade passa por convencer os parceiros de coligação a implementar as reformas que merecem a desaprovação do antigo braço direito de Berlusconi, Angelino Alfano, que se assume como o número dois do Executivo.

 

Letta dizia, esta terça-feira, que o “programa que vai apresentar vai convencer, inclusivamente, Renzi” mas as dúvidas permanecem e o secretário-geral do PD garante que até quinta-feira tudo estará resolvido. De acordo com os principais órgãos de comunicação italianos, a palavra decisiva cabe a Napolitano que prefere um acordo de princípio entre as principais figuras do PD e que possibilite a pacificação interna e garanta a governabilidade. Acima de tudo Napolitano pretende minimizar os efeitos de mais esta crise política e impedir a realização de novas eleições ou a nomeação de outro primeiro-ministro sem que este passe pelo crivo dos eleitores. Ainda latente, uma crise política de maiores dimensões adensa-se. 

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