Notícia
Laschet é o escolhido da CDU para suceder a Merkel à frente do governo alemão
Söder, atual primeiro-ministro da Bavária, já reconheceu a vitória de Laschet, que tem assim o caminho aberto para ser o sucessor de Merkel, caso a CDU ganhe as eleições de setembro.
Sem surpresas, Armin Laschet foi o escolhido pela CDU para concorrer ao cargo de chanceler alemão nas eleições legislativas que vão decorrer em setembro deste ano.
Em janeiro ganhou a liderança da União Democrata-Cristã (CDU) e esta noite também venceu a disputa para ser o candidato da coligação para liderar o próximo governo alemão.
Laschet recebeu o voto favorável de 31 dos 46 membros no conselho da CDU. Markus Söder, líder da União Social-Cristã (CSU, o partido "irmão" da CDU na Bavária), recebeu apenas nove votos e foram registadas seis abstenções.
O resultado desta votação secreta foi anunciado pela CDU e Söder, atual primeiro-ministro da Bavária, já reconheceu a vitória de Laschet, que tem assim o caminho aberto para ser o sucessor de Merkel, caso o partido de centro-direita ganhe as eleições de setembro.
Laschet, de 60 anos, sucedeu a Annegret Kramp-Karrenbauer à frente da CDU em janeiro, mas a sua escolha para substituir Merkel não é unânime no partido, com vários dirigentes a destacarem que o perfil de Söder era mais favorável, conta o Financial Times.
O desempenho da CDU nas sondagens mais recentes também não são favoráveis a Laschet, já que o partido está a descer nas intenções de voto depois de no ano passado ter ficado próximo dos 40% devido à gestão eficaz da pandemia.
As recentes sondagens indicam que a coligação CDU/CSU consegue apenas entre 26% e 28,5% das intenções de voto, quase 10 pontos abaixo das indicações de fevereiro. O desempenho agora negativo deve-se sobretudo às falhas na campanha de vacinação e escândalos com comissões pagas a deputados do partido por contratos públicos para compras de máscaras.
O FT fala mesmo de "caos" na coligação CDU/CSU que lidera o governo alemão há 16 anos e dá conta que em sentido contrário estão os Verdes, que surgem com hipóteses de ganhar a chancelaria através da candidata Annalena Baerbock, uma deputada de 40 anos. As eleições estão marcadas para 26 de setembro.
As últimas sondagens situam os verdes a seis pontos abaixo dos conservadores. As previsões apontam para uma coligação com os verdes como aliados como solução mais plausível. Mas não se descarta uma aliança tripartida liderada pelos ecologistas, apoiada por social-democratas e liberais.
Laschet tem sido muito criticado pela forma como se tem posicionado perante a estratégia de combate contra a pandemia. Defendeu uma estratégia mais moderada de luta contra o novo coronavírus, ao ponto de ter entrado em conflito com a liderança de Angela Merkel. É contudo visto como um aliado da atual chanceler e já assinalou que pretende manter as políticas seguidas por Merkel.
Filho de um mineiro, Laschet estudou direito e liderou um jornal católico antes de ser eleito deputado em 1994. Em 2017 assumiu a liderança do governo da região mais populosa da Alemanha, a Renânia do Norte-Vestefália.