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Itália vende palácios para reduzir dívida
Roma arrancou com um programa para vender edifícios públicos históricos, sobretudo palácios, com o objetivo de encaixar 1,2 mil milhões de euros no espaço de três anos.
Itália tem a segunda maior dívida pública da Europa e acordou com Bruxelas tomar medidas para a reduzir em 17 mil milhões de euros até ao final deste ano através da venda de ativos.
O Governo de Antonio Conte avançou agora com uma iniciativa neste âmbito. Segundo o Financial Times, arrancou com um programa para vender edifícios públicos históricos, sobretudo palácios, com o objetivo de encaixar 1,2 mil milhões de euros no espaço de três anos.
O encaixe previsto representa uma diminuta parcela da dívida pública de 2,3 biliões de euros, mas permite a Roma mostrar que está a tomar medidas para lidar com aquele que é um dos principais problemas da anémica economia italiana.
O palácio de San Salvador em Veneza, construído do século XII pelo Papa Alexandre III e que era a sede de uma empresa estatal de telecomunicações, é um dos edifícios que está à venda, por 28 milhões de euros. O castelo Civitella Cesi (na foto), perto de Roma; uma antiga prisão em Como e uma quinta em Florença também estão no lote de edifícios à venda.
Além de reduzir a dívida através dos encaixes previstos, estas vendas visam também impedir os vários palácios de maior degradação e baixar os custos de manutenção. A "holding" que gere o património do Estado italiano pretende concluir em outubro os primeiros leilões de 93 das 400 propriedades que foram selecionadas para venda.
Diz o Financial Times que muitos destes edifícios são atrativos sobretudo devido ao seu valor histórico e potencial de exploração que apresentam.
Apesar deste plano, Roma terá que adotar medidas mais substanciais para colocar a dívida pública numa trajetória descendente. A privatização de várias companhias, como a petrolífera Eni, poderia resultar em encaixes consideráveis, mas Luigi di Maio, do 5 Estrelas, já afastou este cenário.