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Há cada vez mais portugueses a viver noutros países da União Europeia
Os dados do Eurostat mostram que entre os portugueses que estavam emigrados noutro país da UE, em 2017, apenas 16,1% tinham licenciatura. É a percentagem mais reduzida entre todos os países da União Europeia.
Portugal é um dos países da União Europeia onde uma maior fatia da população vive noutros países da região, sendo que entre os emigrantes nesta situação, são poucos os que têm níveis de qualificação elevados.
As conclusões são do Eurostat e foram publicadas esta segunda-feira, 28 de Maio, pelo gabinete de estatística da Comissão Europeia. No ano passado 3,8% dos cidadãos da União Europeia, com idade entre os 20 e 64 anos, residia noutro estado membro.
Este valor representa um aumento considerável face ao registado há dez anos (2,5% em 2007), mas o aumento em Portugal foi bem mais considerável.
Segundo o Eurostat, 13,9% dos portugueses em idade laboral residia noutros países da UE, bem acima dos 11% de 2007 e 11,4% de 2012.
Portugal tem assim uma das forças de trabalho mais móveis da União Europeia, só superada pela Roménia (19,7%), Lituânia (15%) e Croácia (14%). O aumento nos últimos 10 anos estará relacionado com a crise que se viveu em Portugal depois do pedido de assistência financeira, que provocou um forte aumento do desemprego e levou muitos portugueses a emigrar.
Os dados do Eurostat mostram que foram sobretudo os portugueses de menor qualificação que saíram do país à procura de emprego e melhores condições de vida.
Os dados do Eurostat mostram também que entre os portugueses que estavam emigrados noutro país da UE, em 2017, apenas 16,1% tinham licenciatura. Esta é a percentagem mais reduzida entre todos os países da União Europeia e coloca Portugal no lote de seis países onde este peso é inferior ao registado no país.
Além de Portugal, também na Bulgária, Croácia Letónia, Estónia e Lituânia o peso dos licenciados entre os emigrantes na UE, é inferior ao da população total. Em Portugal, segundo o Eurostat, 23,8% da população tem uma licenciatura.
No topo oposto está a França, onde dois terços dos emigrantes têm licenciatura. Na Irlanda e Finlândia o peso também é superior a 60%.