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Governo catalão decide se faz referendo até dia 15 de Outubro
O porta-voz do Governo da Catalunha garantiu que até ao dia 13, 14 ou 15 de Outubro haverá uma decisão relativa à realização do referendo sobre a independência da região, isto apesar de a consulta popular ter sido suspensa pelo Tribunal Constitucional espanhol. Indefinição penaliza investimento na região.
O conselheiro e porta-voz da presidência da região autonómica da Catalunha, Francesc Homs, anunciou esta segunda-feira que uma decisão relativa à realização do referendo sobre a independência desta região, agendado para o dia 9 de Novembro, deverá ser tomada até ao próximo dia 13, 14 ou 15 deste mês.
A Generalitat, liderada por Artur Mas, pondera avançar com a consulta popular, mesmo que tal configure um desrespeito pela decisão do Tribunal Constitucional espanhol que suspendeu a realização do referendo sobre a independência da Catalunha. Na semana passada, também o Governo central de Madrid anunciou que iria impugnar, esta semana, o acto referendário, caso este avançasse.
Todavia, para já, as autoridades da Catalunha prosseguem com os mecanismos preparatórios. Durante o fim-de-semana esteve reunida a comissão eleitoral nomeada e oficializada na sexta-feira passada.
Sobre se este encontro significa algum desrespeito perante as decisões das instituições madrilenas, citado pelo El País, Homs explicou que "só faltava que nos tempos que correm, seis pessoas não se pudessem reunir", para concluir que podem realizar-se "todos os actos preparatórios que não gerem efeitos jurídicos vinculativos a terceiros".
Da reunião dos sete elementos nomeados para a junta eleitoral não fez parte o professor de Ciência Política, Joaquim Brugué, que abandonou a comissão por considerar não estarem reunidas suficientes garantias democráticas.
Esta renúncia surgiu somente um dia após a nomeação da junta supracitada, naquilo que parece ser um sinal de algum enfraquecimento do movimento pró-independência. Homs garantiu "respeitar a decisão" mas preferiu não tecer qualquer comentário sobre as razões e as implicações para esta decisão de Brugué.
Fundos de Investimento exigem salvaguarda
Perante a possibilidade de a Catalunha se tornar um país independente, os fundos de investimento estão a precaver-se para evitar qualquer tipo de situação imprevista.
O El País cita um fundo imobiliário norte-americano que nos "contratos assinados na Catalunha está a incluir uma cláusula para protecção no caso da independência", isto numa altura em que vários fundos de investimento estão a aproveitar a queda generalizada de preços do imobiliário espanhol para investir.
"É o mesmo tipo de conceito que foi utilizado na Grécia quando havia receios de que o país pudesse sair do euro", explica um gestor de fundos norte-americano ao jornal espanhol.
O mesmo em relação a alguns investimentos que estarão a ser adiados até que haja uma noção mais concreta sobre se a Generalitat avança, ou não, com o referendo agendado para o próximo dia 9 de Novembro.