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Governo francês recorre a economistas para evitar previsões erradas
O elevado défice esperado para este ano, muito acima do que o Governo antecipava, resulta de um otimismo excessivo nas receitas fiscais previstas pelo Eliseu.
Com os "tiros ao lado" nas previsões económicas para este ano, em particular no que respeita às finanças públicas, o Governo francês decidiu recorrer à ajuda de economistas externos.
O grupo de especialistas, que reúne esta quinta-feira pela primeira vez, irá procurar formas de adaptar as previsões a um cenário global cada vez mais volátil e instável e aumentar a visibilidade quanto à forma como são conduzidas as finanças públicas.
Este passo foi tomado depois de as projeções do Ministério francês das Finanças para receitas fiscais este ano se terem revelado demasiado otimistas. O resultado? Um inesperado défice orçamental de 6,1% do produto interno bruto (PIB) em vez dos 4,4% estimados no Orçamento do Estado.
Apesar de a economia gaulesa ter crescido este ano, a debilidade nas despesas dos consumidores e no investimento penalizou fortemente o montante de receita que entrou nos cofres públicos franceses.
As eleições antecipadas que resultaram num Parlamento fragmentado obrigou a uma coligação entre o partido do Presidente, Emmanuel Macron, e os Republicanos. No entanto, esta união não tem maioria parlamentar, obrigando a negociações à esquerda ou à direita para aprovar legislação.
O novo Comité de Previsões de Finanças Públicas integra o diretor do Insee, o Instituto Nacional de Estatística francês, o economista-chefe do Banco de França, Olivier Garnier, bem como Xavier Ragot, presidente do OFCE, um "think tank" que acompanha as finanças públicas, Ludovic Subran, economista-chefe da Allianz, François Ecalle, presidente do "think tank" FIPECO, e Valerie Plagnol, do CRE, regulador do setor energético de França. Integram ainda o comité vários docentes: Laurent Bach, da ESSEC Business School, Xavier Jaravel e Camille Landais, da London School of Economics.