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Zona Euro regista contração recorde de 3,8% no primeiro trimestre

A quebra do PIB é a mais acentuada desde pelo menos 1995 e saiu em linha com as estimativas dos economistas.

30 de Abril de 2020 às 10:13
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O PIB da Zona Euro registou uma quebra de 3,8% no primeiro trimestre deste ano, face aos três meses anteriores, o que representa a contração mais forte desde pelo menos 1995, quando o Eurostat começou a recolher estes dados.

A quebra do PIB saiu em linha com as estimativas dos economistas, que apontavam precisamente para uma descida de 3,8%.

A pandemia da covid-19 colocou a economia da Zona Euro com uma contração mais aguda do que a registada na crise financeira. No primeiro trimestre de 2009 o PIB da Zona Euro recuou mais de 3%, mas menos que o registado nos primeiros três meses deste ano.

O relatório publicado hoje pelo Eurostat é uma estimativa preliminar e pode ainda ser revista nas próximas estimativas. Surge numa altura em que são ainda escassos os países que já revelaram as suas estimativas para a evolução do PIB no primeiro trimestre.

A avaliar pelos anúncios efetuados hoje por Espanha e Itália, a contração no primeiro trimestre poderá ainda ser mais grave. Os PIB destas que são duas das maiores economias europeias registaram quedas históricas acima de 5% no primeiro trimestre.

Espanha e França sofreram quebras acentuadas no consumo das famílias e também das importações e exportações, devido ao confinamento de grande parte da população e encerramento da atividade de muitas empresas. A Itália, que foi o primeiro país a fechar a economia devido à covid-19, também anuncia hoje o PIB do primeiro trimestre. Em Portugal o INE deverá revelar dados do PIB dentro de duas semanas.

Isto apesar de as medidas de contenção terem sido implementadas apenas em meados de março, pelo que afetou apenas uma parte diminuta do primeiro trimestre. Numa altura em que grande parte da economia europeia continua paralisada devido à pandemia, é seguro dizer que a quebra na atividade económica no segundo trimestre será ainda mais intensa.

Este cenário de recessão profunda deverá acelerar a necessidade de implementação de estímulos monetários e orçamentais na Zona Euro. O Banco Central Europeu poderá anunciar novidades na reunião desta quinta-feira, sendo que a Comissão Europeia deverá na próxima semana avançar com uma proposta de medidas de apoio aos países.

Muitos países estão nesta altura a anunciar medidas para uma reabertura gradual da economia a partir de maio, mas o cenário para a totalidade do ano aponta para uma queda forte do PIB. As estimativas do FMI apontam para uma contração de 7,5% na Zona Euro em 2020, com a economia mundial a sofrer a pior recessão desde a grande depressão.

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