Notícia
Coronavírus: Itália avança com 7,5 mil milhões para apoiar famílias e empresas
O governo italiano vai colocar 7,5 mil milhões de euros à disposição de famílias e empresas penalizadas pelo coronavírus, anunciou o primeiro-ministro transalpino.
Giuseppe Conte anunciou ao início da tarde desta quinta-feira, 5 de março, que o Governo de Itália vai disponibilizar uma linha de 7,5 mil milhões de euros para ajudar famílias e empresas perante o cenário de "emergência" provocado pela propagação do coronavírus.
Em conferência de imprensa e citado pelo Il Sole 24 Ore, o primeiro-ministro italiano justificou esta decisão com a necessidade de adotar "medidas extraordinárias e urgentes" para fazer face ao impacto do Covid-19 para a economia italiana. Conte adiantou ainda que as autoridades transalpinas já comunicaram esta decisão a Bruxelas, garantindo que existe contacto permanente com a União Europeia e que este apoio financeiro não põe em causa as finanças públicas do país.
Ou seja, o Conselho de Ministros aumentou o apoio de 3,6 mil milhões de euros que estava previsto para os 7,5 mil milhões agora aprovados. De acordo com o Corriere della Sera, o executivo chefiado por Conte tenta assim evitar ter de pedir mais do que uma vez flexibilidade no que diz respeito às regras orçamentais previstas no Pacto de Estabilidade e Crescimento. Segundo o Il Sole 24 Ore, Bruxelas já tinha concedido uma flexibilização de 1,2 mil milhões de euros para efeitos de contabilização do défice em 2020.
Também em conferência de imprensa, o ministro das Finanças de Itália, Roberto Gualtieri, revelou que será aprovado um novo diploma que prevê medidas de apoio estritamente direcionado às empresas mediante a concessão, pelos bancos, de um período de moratória para o pagamento de créditos. Ou seja, as empresas terão mais tempo para pagar as dívidas aos bancos.
Gualtieri sustentou que os apoios anunciados e aqueles que estão pensados para um cenário de agravamento da epidemia se justificam pela necessidade de assegurar que "ninguém perder trabalho devido ao coronavírus". O titular das Finanças italianas lembrou, contudo, que esta iniciativa do governo terá de ser validada pelo parlamento pois implica um importante desvio face às metas inscritas no orçamento transalpino deste ano.
As medidas anunciadas implicam um desvio de 6,35 mil milhões de euros face ao que está previsto no orçamento. Contudo, se forem tidos em conta os 1,2 mil milhões de euros de flexibilidade já atribuída pela Comissão Europeia, há um agravamento em torno dos 7,5 mil milhões de euros.
"A carta que informa acerca do desvio já foi enviada [para Bruxelas] (...) Como não existe qualquer problema quanto à plena sustentabilidade das finanças públicas destas medidas, estamos confiantes e determinados a agir", disse Gualtieri.
Depois de o governo italiano ter sinalizado esperar obter da Comissão flexibilidade quanto ao cumprimento das regras europeias, Bruxelas logo notou que no PEC já estão "previstas cláusulas de flexibilidade ligadas às assim chamadas circunstâncias excecionais", onde se insere o coronavírus. E já esta quarta-feira o Eurogrupo confirmou estar preparado para adotar medidas de estímulo económico para combater os efeitos negativos para a economia do Covid-19.
"Itália em quarentena"
A meio da tarde desta quinta-feira, Itália registava 148 mortes e 3.858 casos confirmados de infeção pelo Covid-19, o que faz do país o principal foco europeu de propagação da epidemia.
Além das medidas eminentemente financeiras, o já denominado "decreto-lei coronavírus" coloca Itália numa espécie de quarentena nacional, uma vez que até ao próximo dia 15 de março (podendo o período em causa ser alargado) todas as escolas e universidades estarão encerradas, assim como estão proibidos todos os espetáculos de massas, o que obrigará, por exemplo, à realização de vários jogos de futebol da Serie A a serem realizados à porta fechada.
(Notícia atualizada)
Em conferência de imprensa e citado pelo Il Sole 24 Ore, o primeiro-ministro italiano justificou esta decisão com a necessidade de adotar "medidas extraordinárias e urgentes" para fazer face ao impacto do Covid-19 para a economia italiana. Conte adiantou ainda que as autoridades transalpinas já comunicaram esta decisão a Bruxelas, garantindo que existe contacto permanente com a União Europeia e que este apoio financeiro não põe em causa as finanças públicas do país.
Também em conferência de imprensa, o ministro das Finanças de Itália, Roberto Gualtieri, revelou que será aprovado um novo diploma que prevê medidas de apoio estritamente direcionado às empresas mediante a concessão, pelos bancos, de um período de moratória para o pagamento de créditos. Ou seja, as empresas terão mais tempo para pagar as dívidas aos bancos.
Gualtieri sustentou que os apoios anunciados e aqueles que estão pensados para um cenário de agravamento da epidemia se justificam pela necessidade de assegurar que "ninguém perder trabalho devido ao coronavírus". O titular das Finanças italianas lembrou, contudo, que esta iniciativa do governo terá de ser validada pelo parlamento pois implica um importante desvio face às metas inscritas no orçamento transalpino deste ano.
As medidas anunciadas implicam um desvio de 6,35 mil milhões de euros face ao que está previsto no orçamento. Contudo, se forem tidos em conta os 1,2 mil milhões de euros de flexibilidade já atribuída pela Comissão Europeia, há um agravamento em torno dos 7,5 mil milhões de euros.
"A carta que informa acerca do desvio já foi enviada [para Bruxelas] (...) Como não existe qualquer problema quanto à plena sustentabilidade das finanças públicas destas medidas, estamos confiantes e determinados a agir", disse Gualtieri.
Depois de o governo italiano ter sinalizado esperar obter da Comissão flexibilidade quanto ao cumprimento das regras europeias, Bruxelas logo notou que no PEC já estão "previstas cláusulas de flexibilidade ligadas às assim chamadas circunstâncias excecionais", onde se insere o coronavírus. E já esta quarta-feira o Eurogrupo confirmou estar preparado para adotar medidas de estímulo económico para combater os efeitos negativos para a economia do Covid-19.
"Itália em quarentena"
A meio da tarde desta quinta-feira, Itália registava 148 mortes e 3.858 casos confirmados de infeção pelo Covid-19, o que faz do país o principal foco europeu de propagação da epidemia.
Além das medidas eminentemente financeiras, o já denominado "decreto-lei coronavírus" coloca Itália numa espécie de quarentena nacional, uma vez que até ao próximo dia 15 de março (podendo o período em causa ser alargado) todas as escolas e universidades estarão encerradas, assim como estão proibidos todos os espetáculos de massas, o que obrigará, por exemplo, à realização de vários jogos de futebol da Serie A a serem realizados à porta fechada.
(Notícia atualizada)